A Ministra da Cultura, Graça Fonseca desloca-se esta quarta-feira, 22 de julho, a Baião para assinalar o arranque da terceira fase das obras de conservação e restauro do Complexo Arquitetónico do Mosteiro de Santo André de Ancede. Há 900 anos que é conhecida a existência do Mosteiro. A cerimónia terá lugar às 11h30.
A obra de requalificação segue um projeto do arquiteto Álvaro Siza Vieira, que estará também presente na cerimónia.
O investimento reveste-se de grande importância porque vai incidir sobre espaços que se encontravam em ruína, não podendo receber atividades nem visitas regulares. Nesta fase de trabalhos serão investidos 1 milhão e 666 mil euros, comparticipados por fundos comunitários.
O projeto consiste na reabilitação de quatro áreas do mosteiro: os Claustros, a Ala Poente, a Ala Nascente e a Ala Sul. Para além da intervenção estrutural, serão criados equipamentos culturais, nomeadamente um auditório e espaços de exposições permanentes e temporárias.
O presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, congratula-se com o arranque da obra: “É com grande satisfação que vamos dar início a esta obra, que será uma das mais importantes dos últimos anos no nosso concelho. O Mosteiro de Santo André é um monumento de grande importância em toda a região e que não merecia estar parcialmente em estado de ruína. Este investimento honra e valoriza Baião e vai ajudar-nos a posicionar cada vez mais o concelho nas rotas culturais e turísticas do norte de Portugal. Esta aposta será um fator de desenvolvimento e de progresso para Baião e para os baionenses”.
Ainda durante este ano serão lançados mais investimentos de qualificação e do Mosteiro de Santo André de Ancede, nomeadamente nas áreas de arqueologia, museografia e valorização do Adro e da Igreja Paroquial.
UM NOVO CAPÍTULO DE UMA LONGA HISTÓRIA
O Mosteiro de Santo André de Ancede possui uma história centenária, durante a qual sofreu várias transformações e foi adaptado para diferentes utilizações. Sabe-se que em 1120 já pertencia à Diocese do Porto, estando ligado aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Em 1141 recebe a carta de Couto de D. Afonso Henriques.
Em 1560 o Mosteiro e todos os seus bens, privilégios e rendimentos são integrados no património do Convento de São Domingos de Lisboa.
No século XVIII constroem-se vários edifícios que ainda hoje notabilizam este conjunto arquitetónico: os Celeiros e a Adega, a Capela octogonal de Nosso Sr. do Bom Despacho e, provavelmente, o Fontanário.
Nos inícios do séc. XIX, o Mosteiro foi vendido em hasta pública, ficando na posse do barão de Ancede.
O imóvel é propriedade da Câmara Municipal de Baião desde 1985, constituindo um dos espaços culturais de maior relevância no concelho de Baião. A autarquia tem vindo progressivamente a requalificar o complexo arquitetónico.
Atualmente estão visitáveis neste complexo arquitetónico espaços como a Capela do Senhor do Bom Despacho, o Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho, o Núcleo de Arte Sacra. Pode ainda ser visitada a quinta, que assinala a centenária relação deste espaço com a produção agrícola e vinícola.
O Mosteiro de Santo André é um monumento integrante da Rota do Românico desde 2010 e Monumento de Interesse Público desde 2013.