O Governo vai reunir-se em conselho de ministros extraordinário esta segunda-feira, devendo aprovar novas medidas relacionadas com o confinamento.
Em cima da mesa estará a aprovação de novas medidas relacionadas com o confinamento, nomeadamente a proibição de venda de bebidas ao postigo para evitar ajuntamentos à porta dos cafés.
Outra medida em avaliação será a possibilidade de abrir os centros de tempos livres para crianças até aos 12 anos. A abertura dos ATL até aos 12 anos visa dar resposta a uma lacuna decorrente das medidas aprovadas recentemente, que fez com que, num contexto em que todas as escolas ficaram abertas e os ATL encerrados, milhares de crianças ficaram sem almoço e sozinhas no recreio.
Ontem o Presidente da República admitiu um agravamento de medidas, considerando que o confinamento não está a ser levado a sério.
“Pode ser necessário ir mais longe no fechamento de atividades que ainda ficaram abertas, se for necessário, como sinal à sociedade”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas no Hospital de Santa Maria, adiantando que, “se for preciso reponderar medidas, o Governo naturalmente terá o apoio do Presidente da República”.
De referir que, ontem durante a tarde, depois de uma reunião com a administração do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o Presidente da República avisou que poderá ser necessário restringir ainda mais as medidas de combate à pandemia.
Minutos antes, a ministra da Saúde, Marta Temido, tinha avisado que todo o sistema de saúde está numa situação de “extremo sobreesforço” e pediu aos portugueses para “por favor, ficarem em casa”.
Em visita ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, que está numa situação crítica, Marta Temido deixou avisos e um forte apelo à população para que cumpra o confinamento.
“Há um limite e estamos muito próximos do limite. Os portugueses precisam de saber isto“, disse a ministra da Saúde, num tom de preocupação.
“Precisamos de nos esforçar mais”, pediu a governante, admitindo que viu com “preocupação” a adesão dos portugueses ao confinamento.
“Os hospitais estão debaixo de uma elevadíssima pressão, precisamos da ajuda dos portugueses” para conter a transmissão da doença, concluiu Marta Temido.