Portugal ultrapassa pela primeira vez as 200 mortes diárias por covid-19. “Se estirpe inglesa for dominante, fecharei as escolas”, garante António Costa

Portugal regista esta terça-feira mais 218 mortes relacionadas com a covid-19 – um novo máximo diário – e 10.455 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde. 

O máximo diário de mortes tinha sido registado esta segunda-feira, com 167 óbitos a lamentar. 

O máximo de casos de infeção foi de 10.947 registado a 16 de janeiro. 

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 9.246 mortes e 566.958 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, estando esta terça-feira ativos 135.841 casos, menos 45 em relação a ontem. 

Quanto aos internamentos hospitalares, o boletim epidemiológico da DGS revela que estão internados 5.291 doentes, mais 126 em relação a segunda-feira, das quais 670 em cuidados intensivos, mais 6. 

As autoridades de saúde têm sob vigilância 174.355 contactos, mais 8.120 relativamente a ontem. 

O boletim revela ainda que foram dados como recuperados mais 10.282 doentes. Desde o início da pandemia em Portugal, em março, já recuperaram 421.871 pessoas. 

MARCELO PROMULGA DECRETO DO GOVERNO. ENCERRAMENTO DAS ESCOLAS SERÁ ALCO DE “NOVA REFLEXÃO” 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou esta terça-feira o decreto do Governo em que constam as novas medidas de restrição anunciadas ontem pelo primeiro-ministro. 

Numa nota no site da Presidência, Marcelo avançou que o encerramento das escolas será alvo de “nova reflexão” com os especialistas. 

Dentro de uma semana, em sessão por ele sugerida, haverá nova reflexão com os especialistas acerca de outras temáticas, como as respeitantes ao ano letivo em curso, e beneficiando já de mais dados sanitários, o Presidente da República assinou o decreto do Governo que que altera a regulamentação do estado de emergência

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

CIRCULAÇÃO ENTRE CONCELHOS PROIBIDA AO FIM DE SEMANA. ATL VOLTAM A ABRIR 

O primeiro-ministro António Costa anunciou, ontem, uma lista de medidas adicionais de combate à covid-19, face ao agravamento dos efeitos da pandemia em Portugal. 

Já hoje, terça-feira, António Costa admitiu “fechar as escolas, amanhã, depois de amanhã, para a semana” caso “a estirpe inglesa se torne dominante”. Caso isso aconteça “teremos de fechar as escolas e fecharei as escolas”, afirmou o primeiro-ministro. “Farei sempre em cada momento o que for adequado”. O primeiro-ministro frisou ainda que vão arrancar testes rápidos nas escolas.

Entre as novas medidas, ontem anunciadas, destaque para a reposição da proibição de circular entre concelhos ao fim de semana e de permanecer em espaços públicos, como jardins e fecho dos Centros de Dia. 

As escolas mantêm-se abertas e os ATL voltam a reabrir. Nas ruas haverá um reforço da fiscalização e da presença policial. 

AS MEDIDAS ANUNCIADAS POR ANTÓNIO COSTA 

  • Proibida a venda ou entrega ao postigo em qualquer estabelecimento do ramo não alimentar, como, por exemplo, lojas de vestuário; 
  • Proibida a venda ou entrega ao postigo de qualquer tipo de bebida, mesmo cafés, em estabelecimentos alimentares que estejam em regime de take away; 
  • Proibida a permanência e consumo de bens alimentares à porta ou nas imediações dos estabelecimentos; 
  • São encerrados os espaços de restauração em centros comerciais, mesmo em regime de take away; 
  • Proibido o consumo à porta ou na via pública, nas imediações; 
  • Proibidas todas as campanhas de saldos, promoções e liquidações que promovam a deslocação de pessoas; 
  • Universidades seniores, centros de dia e de convívio serão encerrados; 
  • Proibida a permanência em espaços públicos de lazer, como jardins. Podem ser frequentados, mas não podem ser locais de permanência; 
  • Todos os trabalhadores que tenham de se deslocar para prestar trabalho presencial têm de ter uma credencial emitida pela entidade patronal; 
  • Todas as empresas de serviços com mais de 250 trabalhadores têm de enviar em 48 horas à Autoridade para as Condições de Trabalho a lista dos que estarão em trabalho presencial; 
  • Autarcas devem limitar o acesso a locais de grande concentração de pessoas em frentes marítimas ou ribeirinhas; 
  • Reposta a proibição de circulação entre concelhos ao fim de semana, no território continental, e todos os estabelecimentos de qualquer natureza devem encerrar às 20:00 nos dias úteis e às 13:00 ao fim de semana, com exceção dos super e hipermercados que, aos fins de semana, poderão funcionar até às 17:00; 
  • Reforço da fiscalização policial nas ruas; 
  • Proibido fazer desportos em equipamentos, nomeadamente campos de ténis ou padel. 

Temos que contar connosco próprios. Não podemos estar à espera do polícia que nos venha multar, do governo que venha proibir, do médico, enfermeiro ou assistente que nos venha tratar. Não é o momento para aproveitar brechas da lei. O nível em que a pandemia se encontra é o mais perigoso. Nos próximos dias teremos um agravamento dos óbitos. Todas as previsões que temos é que até ao próximo dia 24 a pressão no SNS irá continuar a aumentar e nos próximos dias teremos um agravamento do número de pessoas que irão falecer. 

António Costa, Primeiro Ministro, 18/01/2021

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