O novo Museu Carmen Miranda, no Marco de Canaveses, que tem um custo de 1 milhão e 100 mil euros, vai estar concluído em junho, um mês antes do previsto. A revelação foi feita esta sexta-feira pelo empreiteiro no âmbito de uma visita guiada às obras de construção do pólo cultural promovida pela Câmara local. A “vistoria” à empreitada realizou-se no fecho da semana em que foi evocado o 112º aniversário do nascimento da célebre artista luso-brasileira.
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O ritmo da obra, pelo que foi dito, está a superar as expetativas e a partir de junho, desde que a pandemia assim o permita, as portas do novo Museu serão franqueadas à população para que possa usufruir do espaço que vai privilegiar a tecnologia digital e multimédia através de vídeos, hologramas, videomapping, etc. “Gostava que isso fosse possível no segundo semestre do ano, mas, como sabem, hoje o país está muito dependente daqueles que são os especialistas da pandemia e não das intenções dos presidentes de câmara…”, frisou aos jornalistas, Cristina Vieira, autarca local.
A instalação do Museu Carmen Miranda – onde funcionavam a antiga Biblioteca Municipal Poeta Joaquim Monteiro e o antigo Museu Carmen Miranda – vai ocupar os dois edifícios simétricos já existentes no local de “arquitetura civil oitocentista”, com traça de estilo “Brasileiro”. A novidade é que os edifícios passam a estar unidos através um terceiro volume tornando-os num equipamento comum.
DAR USO AO SERVIÇO DE CHÁ CARMEN MIRANDA DA VISTA ALEGRE
A entrada no Museu far-se-á pela zona da antiga biblioteca onde será instalada a receção, que distribui para o percurso expositivo (piso um) ou para o espaço multiusos previsto no piso zero ou, em alternativa, para a área de descanso e social. Aí existirá um espaço de Serviço Educativo, uma zona de loja (venda de merchandising) e uma cafetaria/Salão de Chá, onde a Câmara marcuense já “vai poder dar uso ao serviço de chá Carmen Miranda produzido pela Vista Alegre” que a autarca encontrou em caixotes quando assumiu a presidência do município. O serviço exclusivo havia sido encomendando pelo anterior Executivo Municipal.
Na zona do antigo Museu será criada uma entrada de serviço, área administrativa e a Loja Interativa de Turismo que passará a estar aberta, também, aos fins-de-semana, “o que não acontece atualmente”. No piso 1, ficará uma área de exposição permanente mais reservada.
O novo bloco, além de servir de elo de ligação entre os dois edifícios, terá um espaço reservado às exposições temporárias que pode ser convertido, sempre que necessário, em “grande foyer” de eventos singulares. No fundo, este espaço terá um carácter multiusos. O grande espaço expositivo de permanência fica instalado no piso 1 do novo edifício.
MINI PASSEIO DA FAMA
O projeto propõe a abertura de todo o complexo ao exterior com a retirada do gradeamento existente, o rebaixamento do muro e a abertura franca da entrada principal para onde está prevista a implantação do busto existente da Carmen Miranda no antigo Museu, bem como réplicas da laje “Estrela da Carmen Miranda” (situada no passeio da fama em Hollywood Boulevard) e painel com “Assinatura e Mãos” da Carmen Miranda (situado no Grauman’s Chinese Theatre). É expetativa da autarca Cristina Vieira, que este mini passeio da fama de acesso ao Museu possa ser muito procurado. “Estou em crer que muitos vão querer ser fotografados junto da Estrela da Carmen Miranda e essas fotos irão, por certo, parar às redes sociais o que será uma forma de promover este novo Museu”, antevê a presidente de Câmara.
Além do espólio já pertença do Museu, a Autarquia através da Secretaria de Estado das Comunidades está tentar junto das autoridades brasileiras a celebração de um protocolo que permita trazer para o Museu um reforço dos adereços e bens de Carmen Miranda. “Não tem sido fácil, porque têm havido alguns constrangimentos em termos de alguma insegurança no corpo diplomático e do governo do Brasil, mas estamos a conseguir, pelo menos, manter estes contatos – que já iniciaram há um ano – e que espero que culminem com a possibilidade de trazer algum do espólio no Museu Carmen Miranda no Rio de Janeiro para Marco de Canaveses”, relata.