O Orçamento da Câmara do Marco de Canaveses vai ser reforçado em 17,5 milhões de euros, valor apurado no saldo de gerência de 2020. Deste modo, o Orçamento Municipal para o corrente ano aumenta para os 53,3 milhões de euros.
A decisão que ainda carece de ratificação da Assembleia Municipal, foi aprovada em reunião do Executivo Municipal, com os votos favoráveis do PS e do Vereador independente (ex-CDS) e teve os votos contra do PSD, principal partido da Oposição.
O ponto da discórdia entre socialistas e social-democratas, em ano de eleições autárquicas, está relacionado com a aplicação do dinheiro “sobrante”.
Os socialistas, que governam a Câmara desde as últimas autárquicas, destinam o “mini-jackpot”, designadamente, para o apoio a um conjunto “investimos prioritários e estruturantes para o desenvolvimento económico e social do concelho já em 2021”. Umas obras já iniciaram e outras estão prestes a arrancar. O valor global de obras em curso/agendadas ascende a 8 milhões de euros
O PSD diz que só há saldo orçamental porque foi reduzida a execução orçamental da governação socialista. Face há existência de saldo de gerência, o dinheiro, no entender do PSD, deveria ser aplicado no apoio às famílias e empresas devido à crise pandémica. Para tal, lembram a rejeição que o PS fez à proposta dos seus vereadores para a criação de um Programa Extraordinário de Apoio à Economia Local, a fundo perdido, com uma dotação na ordem dos 600 mil euros (cerca de 1% do orçamento), “tal como acontece em dezenas de municípios por todo o país, mesmo com lideranças socialistas”.
Os socialistas do Marco entendem que o plano proposto pelo PSD “é uma medida populista capaz de adensar as injustiças no acesso a eventuais apoios”. O Executivo de Cristina Vieira lembra a existência do Plano de Intervenção Social e Económico Covid-19 do Município “com várias medidas, como a isenção de taxas e redução de impostos e do Fundo de Emergência Municipal que atualmente conta com uma dotação de 250 mil euros e que já permitiu apoiar cerca de 100 famílias”.
As obras a financiar com o envelope excedentário de 17,5 milhões, segundo o Vereador das Obras, Mário Bruno Magalhães, são empreitadas vão desde o saneamento e abastecimento de água, às obras de requalificação de equipamentos públicos e de vias em várias freguesias, passando pela aquisição de terrenos para equipamentos e pelo financiamento de candidaturas a fundos comunitários.