AUTÁRQUICAS´21. Candidatura de Maria Amélia Ferreira apenas contará com o apoio da concelhia do PSD
A coligação PSD/CDS no Marco de Canaveses, cozinhada entre as estruturas distritais e nacionais de ambos os partidos, não contará com nenhuma participação da concelhia do CDS/Marco.
Em causa, segundo o CDS/Marco, está o facto do coordenador autárquico do CDS, Fernando Barbosa, não ter aceitado nenhum dos nomes propostos pela concelhia para ocupar o número dois da lista à Câmara, liderada por Maria Amélia Ferreira, Provedora da Santa Casa da Misericórdia do Marco de Canaveses, esta última, indicada pelo PSD.
O Tâmega.TV apurou que um dos nomes indicados pela concelhia do CDS era Fernando Nazário, ex-Presidente dos Bombeiros do Marco e antigo dirigente do FC Marco. A proposta terá sido linearmente chumbada pela concelhia do PSD com o beneplácito do coordenador autárquico dos centristas. A alternativa, que terá sido concertada entre PSD e coordenador do CDS, será um histórico deputado municipal do CDS natural do “baixo concelho”.
A Comissão Política Concelhia do CDS/Marco, liderada por Carlos Pinheiro, responsabiliza, assim, o coordenador autárquico, Fernando Barbosa, pelo facto de “estar mais preocupado com os interesses do PSD do que com o CDS ou com os marcuenses” ao avocar o processo autárquico, pode ler-se numa moção aprovada por unanimidade pela estrutura local centrista.
“Mais”, segundo o CDS/Marco, Fernando Barbosa “numa atitude desleal e não democrática recusou, também, comunicar oficialmente e por escrito a recusa dos nomes propostos”.
Considerando-se “desrespeitada em todo o processo”, o CDS/Marco decidiu, por unanimidade, não se envolver no acordo de coligação e não participar na campanha eleitoral, refere a fonte. De igual modo, os centristas do Marco alertam que não tiveram “nenhuma intervenção na escolha dos nomes que vierem a constar das diferentes listas para os três órgãos locais (Câmara, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia). “Aos militantes e simpatizantes deixamos a liberdade de opção [apoio/voto] de acordo com a consciência de cada um que saberá fazer a melhor escolha”, refere a moção aprovada.
Refira-se que a CPC do CDS/Marco chegou a demitir-se em bloco por causa da recusa inicial do PSD/Marco em ceder ao CDS o número dois da lista à Câmara. Mais tarde a estrutura, com os mesmos militantes recandidatos, foi eleita mantendo a posição de força com a distrital por causa dos termos da coligação.
O desfecho deste diferendo parece dar razão àqueles que entendem que é contranatura uma coligação PSD/CDS no Marco de Canaveses. Há um histórico de rivalidade, iniciada nos mandatos de Avelino Ferreira Torres (já falecido), que persiste, entre os mais veteranos de ambas forças partidárias.