Teatro Montemuro faz subir ao palco da região “Seis Conselhos para um Rio”

CULTURA. Projeto envolve a participação de atores de seis concelhos, que antes não se conheciam  e que agora estão a trabalhar em conjunto, em partilha de experiências. Hoje, sábado, o espetáculo realiza-se em Amarante, no Centro Cultural Maria Amélia Laranjeira. Amanhã à tarde, o Emergente Centro Cultural do Marco de Canaveses recebe a representação da peça “Seis Conselhos para um Rio”

O Teatro de Montemuro está de regresso à Rota do Românico. Desta vez, sob o mote Seis Conselhos para um Rio, atores profissionais e amadores viajarão pelo património imaterial de seis municípios da Rota do Românico, nos dois primeiros fins de semana de junho. 

Seis Conselhos para um Rio”  conta a história de um viajante que percorre o Rio Douro e vai desvendando as suas histórias e lendas, numa encomenda da Rota do Românico enquadrada na operação EEC PROVERE Turismo para Todos: Valorização, dinamização e promoção turística da região, cofinanciada pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

Nós recebemos um convite da Rota do Românico para apresentarmos um projeto que envolvesse seis municípios e lembramo-nos que o rio Douro envolve estes mesmos concelhos. Das pesquisas que fizemos acerca de cada um deles, fomos encontrando várias lendas, que consideramos  interessante divulgar.

Paulo Duarte, encenador do Teatro do Montemuro

A interpretação de “Seis Conselhos para um Rio” está a cargo dos atores Adolfo Campos, António Magalhães, Daniel Figueiredo, Eduardo Correia, Francisco Magalhães, Jorge Pereira e Pereira da Silva.

A entrada é gratuita, condicionada à lotação dos espaços.

Agenda | Junho

– 04, sexta-feira, 21h, Auditório Municipal, Cinfães

– 05, sábado, 21h, Centro Cultural Maria Amélia Laranjeira, Amarante

– 06, domingo, 16h, Emergente Centro Cultural, Marco de Canaveses

Não se efetuam reservas. Os bilhetes devem ser levantados no Emergente: 9h30-12h30 e 14h-18h.

– 11, sexta-feira, 21h, Auditório Municipal, Resende

– 12, sábado, 21h, Casa de Chavães, Baião

Reserva de lugares: Tel. 965 279 709.

– 13, domingo, 16h, Auditório Municipal, Castelo de Paiva

Os bilhetes devem ser levantados na Loja Interativa de Turismo: segunda a sábado, 9h30-12h30 e 14h-18h; domingos e feriados, 10h-12h e 15h-18h.

  • Sinopse

E mais a mais, cada um faz o que quer com as histórias que aprende.”

A primeira coisa que se tem que fazer para contar uma história é ouvir. Depois decidir se se a reconta ou não. Se se decidir recontar pode-se pensar o que se vai mudar e o que se vai passar para o próximo ouvinte. Ou, então, deixar o mecanismo da memória seletiva escolher os factos que nos tocaram e merecem ser recontados e quais os que devemos atualizar ou personalizar.

E é à soma de todas essas histórias e das suas adaptações que se chama a memória coletiva. A tradição oral vai mantendo a sua importância inalterada porque se vai alterando com o tempo.

“Quem conta um conto acrescenta um ponto. Se você levar a história escrita fixa-a para sempre. Até parece que a história morre. As histórias querem-se livres, a mudar todos os dias. A crescerem e a adaptarem-se aos dias que passam.”

E as histórias nascem num lugar. Podem renascer noutro, mas já são novas histórias, apesar de serem iguais a outras. O Douro tem o seu próprio imaginário. Deverá haver centenas de penedos de cornudos espalhados pelo mundo, mas o penedo da serra da Aboboreira é especial porque soubemos trazer a sua lenda até aos dias de hoje. E se alguma coisa esta história prova é que há coisas que não mudam. Quem tem tempo livre inventa histórias. Transforma em narrativas as suas angústias. Serei cornudo ou não serei? Vou perguntar à pedra.

“Eu vou-lhe explicar como a coisa funciona. Você vai lá e atira uma pedra para cima do penedo, se ela ficar lá em cima equilibrada é porque a sua mulher sempre lhe foi fiel. Se a pedra cair ao chão, prontos, tem um par de cornos, mas prontos são os cornos pequeninos que sua mulher só o traiu uma vez. Deve ter sido por curiosidade. E nesse caso você só tem uma solução, pega na pedra e atira outra vez. Se ficar em cima é porque foi mesmo por curiosidade, se voltar a cair foi porque a primeira traição correu bem e ela quis mais. E é assim enquanto a pedra cair você vai contando as vezes que ela o traiu. Só para quando a pedra ficar lá em cima ou então quando se cansar. Percebeu? Mas, também lhe digo uma coisa: no penedo de Travanca há mais pedrinhas no chão, que as que ele carrega nas costas.”

António Orlando

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