AUTÁRQUICAS´21. Marco de Canaveses
A Câmara do Marco de Canaveses depois de ter sido gerida anos a fio por um poder másculo que chegou a ser definido como “vigoroso e truculento”, parece ter entrado num ciclo governativo das mulheres.
Nas Eleições Autárquicas de 2017 Cristina Vieira, pelo PS, passou a governar a Câmara.
Nas Autárquicas´21 são duas as mulheres candidatas com possibilidades reais de vitória: Cristina Vieira (PS) é (re)candidata ao cargo; Maria Amélia Ferreira é a escolha do PSD para liderar a candidatura do partido em coligação com o CDS…distrital.
É que a coligação de direita, cozinhada pelas estruturas nacionais e distritais de PSD e CDS está a ser de difícil digestão pelas Comissões Politicas Concelhias de ambos os partidos, diga-se, rivais nos consulados de Avelino Ferreira Torres (já falecido) e Manuel Moreira. O líder do CDS/Marco, Carlos Pinheiro, contesta os termos do acordo. Demitiu-se, recandidatou-se, foi reeleito mantendo oposição aos termos da coligação. Em causa está a constituição da lista à Câmara. O CDS/Marco reclama a escolha do número dois que em caso de vitória eleitoral, em teoria, lhe daria a vice-Presidência. Mas os nomes propostos pelos centristas marcuenses não passaram no crivo da distrital do CDS e do PSD. Resultado. O CDS/Marco coloca-se fora do processo autárquico.
Maria Amélia Ferreira, natural de Gaia e atual Provedora da Misericórdia de Marco, é a principal adversária de Cristina Vieira, natural da freguesia de Soalhães onde foi presidente de Junta. Frente a frente vão estar estas duas mulheres que, no início do atual mandato, partilharam os corredores do poder. Amélia Ferreira, ex-diretora da Faculdade de Medicina do Porto e ex-conselheira de Marcelo Rebelo de Sousa, foi nomeada pela atual presidente da Câmara como Conselheira Local para a Igualdade de Género.
Reconhecida no meio Académico, Amélia Ferreira é uma “ilustre” desconhecida no concelho.
Cristina Vieira, que apostou na comunicação da imagem ao longo do mandato, é mais conhecida pelo munícipe comum mas carrega o handicap de até agora não ter resolvido em definitivo o problema da concessão de água e saneamento que pode custar aos cofres do município mais de 20 milhões de euros de indemnização à concessionária. Cristina Vieira fez aprovar a isenção das ligações às redes que custavam aos munícipes entre os 700 e os mil euros, por ligação e garante que está a negociar os termos finais do acordo com a concessionária Águas do Marco. A seu favor tem um vendaval de execução de investimentos municipais, designadamente na cultura e nas acessibilidades. O PSD reclama-os como seus, por ter sido a anterior gestão municipal a projetá-los.
Pela CDU é candidato José Luís Sousa, fiscal Municipal. Em 2017 a CDU recebeu 846 votos.
O Bloco de Esquerda recandidata Nuno Leite, 40 anos, empresário, que nas Autárquicas ́17 recebeu 385 votos.
O PS ganhou as eleições em 2017 com 44,21% dos votos, num universo de 29.832 votantes.
O Executivo Municipal é composto por sete membros. Quatro são do PS e dois do PSD e um do CDS que entretanto passou a Independente. Na Assembleia Municipal, o PS elegeu 10 deputados municipais e o PSD oito e o CDS três.
O PS conta atualmente com nove (9) presidentes de Junta de Freguesia, o PSD com seis (6) e a CDU com um (1) que entretanto passou a independente depois da concelhia comunista lhe ter retirado a confiança política.