COVID-19. Fim do confinamento para contactos de risco, dos limites de lotação e do teletrabalho, mas a máscara fica. “Este não é o momento para se dizer que a pandemia acabou”, alerta ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

O Conselho de Ministros decidiu esta quinta-feira, após reunião no Palácio da Ajuda, em Lisboa, um conjunto de alterações de medidas restritivas para controlar a pandemia.
Numa altura de abrandamento da pandemia, em que Portugal regista um R(t) abaixo de 1 (0,76) e uma incidência “em queda significativa” de 1302,7 [casos de infeção] por 100 mil habitantes a sete dias, o Governo decidiu aliviar algumas das medidas, anunciando o fim do confinamento de contactos de risco, da recomendação de teletrabalho, dos limites de lotação em estabelecimentos comerciais, da exigência de certificado digital, salvo no controlo de fronteiras; e da exigência de teste negativo para acesso a grandes eventos, recintos desportivos e bares e discotecas.
As medidas de alívio das restrições seguem ainda esta quinta-feira mesmo para promulgação do Presidente da República e deverão entrar em vigor nos próximos dias.
O que muda
- O confinamento deixa de ser obrigatório para todas as pessoas que não os infetados. Ou seja, nenhum contacto de risco tem de se isolar;
- O teletrabalho deixa de ser recomendado;
- Terminam os limites de lotação em estabelecimentos comerciais;
- Deixa de ser preciso teste negativo para entrar em bares, discotecas, recintos desportivos ou eventos;
- Certificado digital só para efeitos de controlo de fronteiras.
O que se mantém
- Teste negativo, certificado de recuperação ou de vacinação completa para fazer visitas a lares ou a estabelecimentos de saúde;
- Uso de máscara em espaços interiores (serviços públicos, estabelecimentos comercias, transportes, salas de aulas, eventos de grande dimensão, como um jogo de futebol, etc…).
Este não é o momento para se dizer que a pandemia acabou, alerta ministra.
“Estamos perante mais um passo para o regresso a uma vida normal”, afirmou Mariana Vieira da Silva, ministra do Estado e Presidência, na conferência de imprensa de apresentação das novas decisões, na qual deixou um alerta: “Este não é o momento para se dizer que a pandemia acabou. Continuamos perante o risco relativo ao aparecimento de novas variantes do vírus e há alguma incerteza sobre a longevidade da proteção conferida pelas vacinas” contra a covid-19.
A ministra da Presidência lembrou que o número de mortes por covid-19 “ainda é muito elevado” em Portugal, o que não permite ao Governo levantar a totalidade das medidas de controlo da pandemia.
“Temos hoje 63 mortes por 100 mil habitantes a cada 14 dias e a meta definida pelos peritos e que o Governo seguirá é de poder apenas passar para o nível sem restrições quando atingirmos as 20 mortes a 14 dias por milhão de habitantes, indicador do qual ainda estamos algo distantes”, afirmou Mariana Vieira da Silva, no final do Conselho de Ministros.
Mariana Vieira da Silva adiantou ainda que o número de internamentos também está “em queda”, face ao máximo registado na recente onda pandémica do início deste ano (2560), mas também em relação ao recorde atingido no início de 2021 de 6869 doentes internados.
“Relativamente à evolução do número de internamentos em unidades de cuidados intensivos, que eram de 142 doentes na quarta-feira, a ministra da Presidência adiantou que na onda pandémica recente não foi atingida a “linha vermelha” de 255 camas ocupadas.