Política. Celebra-se hoje o 48º aniversário do 25 de abril de 1974, também conhecida como a Revolução dos Cravos, que marca o fim do período de ditadura do Estado Novo.

Passam hoje 48 anos desde que a ação militar liderada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua maior parte por capitães que tinham participado na Guerra Colonial e com o apoio de oficiais milicianos, deitou por terra o regime político da ditadura imposta pelo Estado Novo.
Na sua primeira intervenção na nova Assembleia da República e a coincidir com a sessão solene do 25 de Abril, Marcelo Rebelo de Sousa centrou a sua intervenção no papel das Forças Armadas, das quais é Comandante Supremo, e na necessidade de as dotar de meios, sobretudo “nestes tempos de guerra”. Mas com uma advertência: “É urgente essa vontade popular”.
Ou seja, o Presidente da República admitia que para existir esse investimento nas Forças Armadas é preciso que haja entendimento entre o Parlamento e Governo, mas ele só será efetivo se recolher o apoio popular.
“Mesmo quando faltam meios são as melhores das melhores”, mas, advertiu “não nos habituemos aos milagres”.”Neste tempo, em que a guerra surge como mais real” e a pandemia impõe mais desafios,” não é demais pensar nas FA que temos e nas que precisamos de ter”, disse Marcelo.
Pelo que para dotar as Forças Armadas de mais meios, insistiu, se “os portugueses não perceberem, não aderirem e não apoiarem, não há poder político que o consiga”. “É urgente essa vontade popular”.
Santos Silva, Presidente da Assembleia da República:
- Em tempos tão difíceis, as características da nossa pátria como uma democracia madura, um país seguro e pacífico e uma sociedade coesa e aberta ao Outro, emergem como um valioso património e um exemplo internacional. Se a mudança social e política associada ao processo de democratização do nosso país, no pós-25 de Abril, influenciou sobremaneira o estatuto e os percursos dos residentes no estrangeiro, estes também foram decisivos para o sucesso da democracia e do desenvolvimento nacional”.
Rui Rio, PS:
- Existem novas forças extremistas que procuram saciar impulsos emotivos de quem está mais fragilizado. A solução não são absurdos cordões sanitários. A solução está em nós próprios, em romper com tudo aquilo que não funciona de acordo com a lógica do interesse coletivo. Se queremos um Portugal virado para o futuro, que não se atrasa cada vez mais na escala europeia, então teremos de ter o rasgo de fazer diferente. Os que, há 48 anos, nos deram a liberdade e a democracia merecem que assim o façamos.
Pedro Delgado Alves, PS:
- É preciso estarmos em alerta ,para os dias de ameaças populistas e de recurso à simplificação do que é complexo para instigar ressentimentos entre os cidadãos. A qualidade das instituições democráticas nunca foi tão importante, o respeito pelo outro nunca foi tão fundamental, a preservação do Estado social nunca foi tão decisiva para nos imunizar contra esses riscos. Quero honrar a memória dos que resistiram, sofreram e tombaram pelo 25 de Abril, e entre eles Jorge Sampaio.
André Ventura, CHEGA:
- Hoje e talvez nunca tenha sido dito nesta câmara: devíamos ter pedido desculpa aos portugueses, pela justiça, nos jovens a querem emigrar como nunca, falhámos aos pensionistas e ao país. Sr. Presidente da República, se nós queremos ter entre os condecorados pessoas que destruíram economia e o Estado, certamente não é a fazer deles heróis que resolvemos isso. O 25 de novembro é o dia de Liberdade”.
Bernardo Blanco, IL:
- Portugal está de novo num longo sono o que é preocupante. Portugal está estagnado, socialmente hipnotizado e politicamente desligado. A boa notícia, disse, é que Portugal não está condenado. Falta a Portugal o inconformismo de Abril para romper a estagnação. Todas as pessoas livres – onde quer que vivam – são cidadãos da Ucrânia.
José Soeiro, BE:
- Quero lembrar nesta cerimónia os que estão nos bastidores da Democracia, no Parlamento, os trabalhadores da limpeza e de apoio. Que atenção temos dado enquanto sociedade, a todas estas pessoas sem as quais o mundo não funciona? Falta-nos ainda quase tudo. E entre o quase tudo, destaco o Estado-social, a habitação, as divisões sexuais, os padrões de colonialidade que ainda existem. Não nos nos digam que o debate é entre qual quer simplesmente manter o que existe e quem quer destruir o que existe. Que triste e que pobre visão do mundo a de quem acha que o campo dos possíveis da democracia se resume a sermos democratas liberais ou iliberais.
Paula Santos, PCP:
- A Revolução de Abril pôs fim à exploração e à miséria que afetava a esmagadora maioria da população e trouxe a melhoria das suas condições de vida. As políticas de direita são a submissão às imposições da União Europeia. Ouvem-se por aí velhas ideias mascaradas de modernas. Há quem procure branquear o que foi o fascismo. Não o permitimos.
Rui Tavares, LIVRE:
- Esta é a nossa história. É a história de milhões de pessoas, muitos e muitas que não foram tudo aquilo que deviam ser. Do 25 de Abril em diante, não é só a história do pluralismo. É a história da liberdade.
Inês Sousa Real, PAN:
- “Abril ainda não tem rosto de mulher. Quando ainda temos uma justiça lenta e que não permite defender as vítimas, Abril está por cumprir.
