Amarante opõe-se a Linha de Muito Alta Tensão

ENERGIA. A instalação de uma linha elétrica de muito alta tensão (200/400 kV) ) que a Rede Elétrica Nacional (REN) pretende estender entre a Barragem do Carrapatelo (Marco de Canaveses/Cinfães) e Vila Pouca de Aguiar “deixou de fazer sentido”.  

Quem assim o entende é o presidente da Câmara de Amarante, José Luís Gaspar, que sustenta a sua posição com o cancelamento da Barragem de Fridão, em Amarante. 

O autarca respondeu deste modo a uma interpelação, na Assembleia Municipal (AM), pelo deputado do PS, Pedro Ribeiro que pretendia saber se a Câmara havia feito “uma proposta de traçado alternativa” porque “a original vai prejudicar, sobretudo, as populações de Olo e Rebordelo, no concelho de Amarante”, alertou. 

Gaspar revelou que a Autarquia se opõe “determinantemente” à instalação da nova linha de muito alta tensão “até porque”, sublinhou, “a linha que já existe pode duplicar a potência a transportar”.

Desde 15 de janeiro de 2019 que o projeto reúne todas as decisões de licenciamento emitidas pelo Governo, nomeadamente a declaração de impacte ambiental promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente inserida no Título Único Ambiental (documento que reúne todas as decisões de licenciamento).  

A linha de muito alta tensão tem como propósito transportar energia produzida pelas centrais de Gouvães, Daivões e Alto Tâmega, inseridas no Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico, a cargo da empresa Iberdrola.

A proposta de instalação desta linha de 70 quilómetros, suportada por 177 estruturas metálicas, atingirá as povoações de  22 freguesias, de seis concelhos: Cinfães, Marco de Canaveses, Amarante, Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena.

A consulta pública, de 30 dias úteis, realizou-se entre 18 de outubro a 8 de novembro de 2018, tendo sido vertidas 18 exposições, nomeadamente de quatro das seis autarquias por onde passará a linha.

No Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE), da Agência Portuguesa do Ambiente, consultado pelo TTV, pode ler-se que a autarquia amarantina  denunciou o incumprimento da articulação com as câmaras municipais e que “não foi considerada a proposta, subscrita pela autarquia de deslocação do traçado da linha nascente do empreendimento turístico da Quinta de Pousadela”.

OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO

Marco de Canaveses

Apresentou um extenso parecer onde contestam o projeto. Exemplos: considera que a passagem do projeto não está de acordo com o PDM; denunciou não estarem previstas medidas compensatórias, sobretudo reclamadas pelas Juntas de Freguesia de “Penha Longa e Paços de Gaiolo” e “Paredes de Viadores e Manhuncelos”; não está prevista monitorização do ruído nem dos campos eletromagnéticos previstos na lei.

Mondim de Basto

O projeto acarreta grandes impactos na vida das populações, sobretudo de Vilar Ferreiros. A ir avante a execução do projeto, o Plano Diretor Municipal (PDM) será “violado por não ter sido requerido ao Executivo Municipal uma declaração de interesse municipal” e manifesta preocupação aos impactes na paisagem e no turismo. A proximidade do troço ao Monte de Nossa Senhora da Graça afetará, inevitavelmente e significativamente, a sustentabilidade da prática do parapente.

António Orlando

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