ALIMENTAÇÃO. O caso do botulismo associado a alheiras vendidas na Feira Agrícola Agrival de 2015, em Penafiel, começou a ser julgado em Bragança, sete anos depois da polémica que levou à hospitalização de quatro pessoas e afetou as vendas dos conhecidos enchidos transmontanos.

No banco dos réus está o chefe de cozinha de Bragança Luís Portugal e a empresa de que de era gerente, Verdade Transmontana, acusados de quatro crimes de corrupção de substâncias alimentares, agravados pelo resultado, com um pedido de indemnização global a rondar os 60 mil euros.
O arguido não prestou declarações no início do julgamento em que a acusação concluiu que a causa da doença de quatro pessoas por botulismo, em 2015, se deveu à ingestão de alheiras alegadamente contaminadas com a toxina libertada por uma bactéria, que pode ser fatal.
Os queixosos alegam que consumiram os enchidos comprados numa feira à sociedade e num restaurante do conhecido chefe de Bragança, que tem sido distinguido pela Michelin, nos últimos anos.
A acusação formulada pelo Ministério Publico concluiu que no verão de 2015 o arguido, “no exercício destas suas funções, determinou a produção, armazenamento, transporte e comercialização de pelo menos 240 alheiras, desrespeitando diversas normas higienossanitárias que regulam todo este processo”.
“As alheiras assim contaminadas foram vendidas nos dias 24 e 27 de agosto de 2015, no stand da sociedade na Feira Agrival 2015, em Penafiel, e nos dias 05 e 10 de setembro de 2015, no restaurante explorado pela sociedade, em Bragança”, pode ler-se ainda na acusação.
O empresário queixou-se naquela ocasião de ter sido vítima de “terrorismo pessoal e empresarial”.
As alheiras “vieram a provocar botulismo em quatro pessoas, com internamento hospitalar e perigo concreto para a vida, dando causa a lesões que demandaram para a cura entre 74 e 181 dias”.