A Assembleia Municipal de Amarante chumbou duas propostas de recomendação do grupo parlamentar do PS ao Executivo Municipal: uma para que fosse dada prioridade nos investimentos da Câmara, a construção de novas piscinas municipais; outra para que a autarquia faça obras de reabilitação na Biblioteca Municipal Albano Sardoeira.
Ambas propostas foram chumbadas pela maioria da coligação PSD/CDS Afirmar Amarante, no período antes da Ordem do Dia da reunião da Assembleia Municipal (AM) de Amarante, cuja sessão decorreu ao final da tarde de terça-feira, no Salão Nobre da Câmara de Amarante.
Na primeira proposta, a coligação de direita lembrou aos socialistas que a câmara já está a trabalhar o processo das novas piscinas, e como tal “a proposta é inócua”. “O projeto está feito”, disse José Luís Gaspar, presidente da Câmara de Amarante.
Sobre a reabilitação da Biblioteca Municipal, o edil disse que “antes de se ir embora o projeto” da “nova” biblioteca “fica feito”. Ou seja, as obras serão feitas pelo Executivo Municipal que lhe suceder.
MIMO
O Festival MIMO deixou Amarante porque a Câmara local recusa “pagar 550 mil euros sem que haja festival”. A revelação foi feita na Assembleia Municipal de Amarante pelo presidente da Câmara, José Luís Gaspar, depois de ter sido interpelado pela oposição socialista.
O Festival MIMO, retomado no último fim de semana, na cidade do Porto, deixou Amarante após quatro edições devido a um litígio que opõe a produtora do MIMO à Câmara de Amarante. A litigância surgiu com o cancelamento dos espetáculos por causa da pandemia. Na ocasião, a produtora do festival, alegando compromissos já assumidos, exigiu à câmara que pagasse a verba acordada, o apoio municipal, de 550 mil euros. A Câmara recusou pagar. O assunto foi parar à barra do tribunal e agora, o Município de Amarante aguarda pela decisão do Supremo de Justiça para onde recorreu da sentença proferida pelo Tribunal Central Administrativo do Norte que deu razão à produtora.
“Eu não me importo de reagendar o MIMO. Eu sempre disse que quero o MIMO em Amarante. Agora não vou estar a pagar para não haver festival. Veremos o que acontece para o ano”, concluiu José Luís Gaspar.
Vila Meã pressiona Câmara a cumprir promessas
A ala socialista de Vila Meã, por intermédio do deputado Torcato Ferreira, aproveitou a realização desta assembleia Municipal para pôr pressão no Executivo Municipal por causa de obras prometidas e não concretizadas. Casos do novo quartel da GNR de Vila Meã, Pavilhão Desportivo, Parque de Estacionamento da Estação da CP e os novos Acessos rodoviários de Oliveira a Vila Meã.
Debaixo do foco inquisidor do PS, Gaspar deixou a voz subir de tom para dizer que “nos últimos 50 anos fomos nós que mais obras fizemos no concelho. É factual. É com números que eu trabalho, é isso que vos dói”, disse no preâmbulo da resposta às questões levantadas por Torcato Ferreira.
Quartel da GNR de Vila Meã
A Câmara em tempos anunciou obras numa escola devoluta de Ataíde para lá acolher o novo quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR). O projeto, segundo José Luís Gaspar, “está pronto mas a obra ainda não avançou por culpa do Governo”, disse.
O autarca relembrou conversações tidas com a Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto, no governo da “geringonça”. “Na ocasião, depois de lhe mostrar o projeto perguntei se poderia avançar com a obra e ela disse que não. Para esperar pela decisão da tutela. Continuo à espera”, justificou Gaspar.
Parque de Estacionamento na Estação da CP em Vila Meã.
Sobre o parque de estacionamento na estação de Vila Meã, Gaspar lembrou que é uma incumbência das Infraestruturas de Portugal (IP) mas que a câmara se disponibilizou para fazer um parque provisório: “Quando íamos avançar com a obra foi anunciada a supressão da passagem de nível, trabalhos que iriam afetar toda a obra que a Câmara ia fazer. Sei que no 2º semestre de 2021, a IP lançou um concurso para fazer a supressão mas que ficou deserto. Estamos no 2º semestre de 2022 e continua tudo na mesma”, disse Gaspar, arrumando o assunto.
Sobre os acessos a Oliveira, o autarca assumiu que a obra não avança a curto prazo. A inflação de preços face à atual conjuntura económica é uma das justificações.