País deve esperar por Passos Coelho, considerou Marcelo em Amarante

TRIBUTO. Sobre a homenageada a quem prestava tributo – Agustina Bessa Luís -, o Presidente da República, considerou-a “uma mulher política, no sentido de viver o que é ser-se político, na dimensão mais profunda do termo”.

 

Marcelo Rebelo de Sousa diz não ter dúvidas que o país “pode e deve esperar pelo contributo de Pedro Passos Coelho no futuro”. O Presidente da República justificou deste modo aos jornalistas, à margem das celebrações do Centenário do Nascimento de Agustina Bessa Luís que decorreu no Museu Municipal Amadeo de Souza- Cardos, em Amarante, a referência que momentos antes tinha feito ao ex-Primeiro Ministro no discurso solene do Centenário do Nascimento de Agustina, ao afirmar que “o país deve agradecer a Passos Coelho pelo passado e pelo que vem no futuro”. 

“Acrescentei uma coisa óbvia que o país deve ao Primeiro Ministro Passos Coelho uma resistência que, ainda há dois dias, pude ouvir ser elogiada pela boca da então chanceler Angela Merkel. É reconhecido cá dentro e lá fora, é um facto. Por outro lado, entendo que sendo tão novo [Passos Coelho], o país pode esperar, deve esperar muito do seu contributo no futuro, não tenho dúvidas”, disse Marcelo.

Pedro Pássaros Coelho foi uma das personalidades que marcou presença na cerimónia do centenário do nascimento de Agustina Bessa Luís, no seu caso, a título de amigo da família da autora de A Sibila, que  Mónica Baldaque, filha de Agustina, fez questão de sublinhar. 

Marcelo diz que não há motivo para ter medo do reforço do poder das CCDR no âmbito da descentralização administrativa

“Há que não ter medo do papel das Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional, da importância de concentrar aí, o mais rápido possível, poderes para haver uma visão mais ampla do que a visão de cada município, ou visão mesmo das comunidades intermunicipais”, disse, por outro lado Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República respondia assim ao pedido que momentos antes, na sessão solene das celebrações do Centenário do Nascimento de Agustina Bessa-Luís, o presidente da Comissão de Coordenação Desenvolvimento da Região Norte (CCDR – N), António Cunha, fez para que “exerça a sua magistratura de influência na criação de condições políticas de consenso partidário para o avanço da reforma administrativa de um Estado que está fora do seu tempo”. O responsável sublinhou o pedido a Marcelo com uma citação de Agustina Bessa Luís: “sempre haverá afecto de camaradagem entre o Norte e o Sul do País”.

Marcelo confrontado com o desafio do líder da CCDR-N, disse ao JN que no início da legislatura puxou pelo assunto da descentralização que estava esquecido. “Há alguns passos foram dados, mas há passos para dar”, começou por referir. O Presidente da República apontou, depois como prioritário, a descentralização no “domínio social”. “É bom para o país. É um período único para se fazer isto. Há dinheiro europeu. Não voltaremos a ter tantos fundos europeus como agora”. Ou seja, para Marcelo, perder neste momento a ocasião de “levar a descentralização e o papel das CCDR mais longe” é perder um tempo que pode não voltar mais. “Eu diria que não volta mais, e como é importante para o país e para as realidades das diferentes áreas regionais que se faça, eu espero que se venha a fazer”, concluiu o assunto.

“Uma Mulher Política”


Sobre a homenageada a quem prestava tributo – Agustina Bessa Luís -, o Presidente da República, considerou-a “uma mulher política, no sentido de viver o que é ser-se político, na dimensão mais profunda do termo”.

Marcelo lembrou que a escritora nascida em Vila Meã, “vibrava” com aquilo que era o interesse nacional e da comunidade. “Essa sua independência, o seu amor a Portugal, essa sua ligação às raízes, é ser político para aquele tempo”, referiu, acrescentando que o país precisava que “todas as mulheres e homens fossem mais positivos, no sentido de lutarem na sua vida, no dia-a-dia, para tornarem Portugal melhor”.

Para o Presidente da República, Agustina “era visceralmente portuguesa, sentia Portugal, não só naquilo pensava, naquilo que era a sua maneira de ser, tinha raízes”, sublinhou ao jornalistas.

Agustina Bessa-Luís nasceu em 1922, em Vila Meã, Amarante, e morreu a 3 de Junho de 2019, no Porto.

O romance “A Sibila” (1954) é a sua grande obra, cujo currículo conta com títulos como “Vale Abraão” (1991), “As Terras do Risco” (1994) e “A Corte do Norte” (1987) que passaram dos livros para o cinema, sobretudo pelo amigo, Manoel de Oliveira.

António Orlando

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