POLÍTICA. A bancada do PSD na Assembleia Municipal (AM) de Baião abandonou, esta tarde de sábado, a reunião ordinária da AM em protesto face à intervenção do presidente da Câmara, Paulo Pereira, que no período antes da ordem do dia, apelidou os sociais-democratas de “coitados” acusando-os de “desonestidade intelectual”. Em causa estão considerações sobre a falta de ética política na gestão da Câmara local.

O autarca Paulo Pereira respondia à líder da bancada do PSD, Ana Raquel Azevedo, que numa intervenção sobre “ética na política”, tomou por base a contratação de funcionários municipais na Câmara de Baião. Segundo o PSD, uns são membros das listas do Partido Socialista e, outros familiares de membros do Executivo Municipal.
“Aquilo a que o PSD pretende chegar, porque não concretiza as acusações, é a mim, para poderem dizer que o presidente da Câmara meteu a esposa na Câmara. Que falta de ética. É aqui onde querem chegar. Coitados”, respondeu o autarca, revelando, desse modo, que a mulher trabalha na autarquia a que preside.
Após a intervenção do edil, Ana Raquel Azevedo, foi ao púlpito dizer que “perante o chorrilho insultuoso do presidente da Câmara, a bancada do PSD, em protesto, abandona a sessão”.
Antes, a líder do PSD tinha ressalvado que “não está em causa a legalidade dos concursos” camarários, mas que parecia que existia “um requisito obrigatório que ficou por publicar que era o candidato ao emprego tinha de ser PS. Não é uma acusação, é uma constatação. A ética está acima da legalidade”, disse Ana Raquel.
Para Paulo Pereira as acusações do PSD “são a fuga para a frente, depois do Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel ter arrasado a proposta do PSD” que visava impedir a contratação de pessoas que tivessem participado nas listas de candidatos às eleições autárquicas.
“Pensei que tivessem lido aquela sentença e percebessem que não era preciso dizer mais nada. Lamento muito estas questões”, referiu o autarca, desferindo posteriormente um duro ataque político questionando as lideranças sociais-democratas: “Quem é que é o PSD, hoje? Até podia dizer mais, ao que chegou o PSD (…) que atira a pedra e esconde a mão, de desonestidade intelectual de quem não se enxerga e não é consequente”.