POLÉMICA. “Barbaridades”, “ignorância” e “falta de educação” voltaram a fazer parte do léxico das reuniões do Executivo

O verniz estalou, na última reunião de da Câmara do Marco de Canaveses, entre a presidente Cristina Vieira (PS) e o vereador socialista Mário Bruno Magalhães, a quem, recentemente, a autarca retirou todos os poderes e pelouros. Expressões como “ignorância”, “barbaridades” e “falta de educação” voltaram a fazer parte do léxico das reuniões.
Os ânimos exaltaram-se entre os dois socialistas por causa da decisão do Tribunal de Contas (TdC) que devolveu à Câmara o pedido de visto prévio ao negócio da compra, para património municipal, das antigas instalações da Fábrica Eletro Moagem por 1,7 milhões de euros.
O TdC considera que só pode dar andamento ao processo se lhe foi enviada a minuta do contrato de compra e venda, aprovada pelo órgão municipal, no qual deve constar, entre outros, “a completa identificação das partes”, “deliberações dos órgãos municipais”, “certidões tributária e da Segurança Social” regularizadas e a “completa identificação dos documentos acessórios”.
Para a autarca, “é normal que o TdC peça mais elementos”. Já Mário Bruno Magalhães considera que o pedido do Tribunal “revela erros processuais graves da Câmara”. “É um bocadinho aligeirado. Parece que a Câmara andou a dormir. Nem uma simples declaração de dívida, que se tira num minuto”, criticou Bruno Magalhães.
“BARBARIDADES”
A discussão prosseguiu com a autarca a considerar o comportamento do vereador como “lamentável” e a dizer mesmo: “Não lhe vou dar a palavra”. “Não se exalte, não é por falar mais alto e faltar à educação das pessoas que tem razão”, retorquiu o vereador.
“Exalta-me a sua ignorância tão grande que faz exaltar qualquer pessoa. As barbaridades que o senhor diz em reunião de Câmara… É tão lamentável”, concluiu, em tom grave, Cristina Vieira. A aprovação minuta do contrato de compra e venda acabaria ratificada pela maioria socialista, com quatro votos a favor, duas abstenções da coligação PSD/CDS e o voto contra do socialista Mário Bruno Magalhães.