Greve nos Serviços de RSU do Marco deixa lixo acumulado nas ruas

PROTESTO. Quando a greve terminar, estarão por recolher cerca de 300 toneladas de lixo.

O concelho do Marco de Canaveses está sem recolha de lixo desde a passada sexta-feira, dia 7 de abril, devido à greve dos trabalhadores da recolha de resíduos sólidos urbanos.  

Os operários da FCC Environment, empresa responsável pela recolha de resíduos em Marco de Canaveses, estão em greve desde a passada sexta-feira, dia 7 de abril e prolonga-se até amanhã, dia 11 de abril.  Os trabalhadores que já tinham feito greve em 2022, por três vezes, a última das quais no natal, voltaram agora a paralisar na quadra pascal de 2023.  Os motivos da greve são os mesmos: “por um serviço público de qualidade, pelo aumento dos salários”, pode ler-se no pré -aviso de greve do STAL- Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local.

Em resultado da greve, a totalidade dos contentores dos resíduos sólidos urbanos provenientes da recolha indiferenciada,  vulgarmente conhecidos por “lixo doméstico”, estão lotados. Os sacos de lixo,  sobretudo nas zonas de maior densidade urbana, vão-se amontoando dando uma imagem de desleixo à quadra pascal que, por tradição nas zonas mais conservadoras, é marcada pelas “limpezas da Páscoa”. 

Quando a greve terminar, estarão por recolher cerca de 300 toneladas de lixo. A empresa tem alegado que não tem capacidade para atender às reivindicações dos trabalhadores

A FCC Environment Portugal S.A. é uma empresa espanhola com escritórios no Porto. O universo do negócio da FCC conta com 57 mil profissionais a operar em mais de 40 países.

Em dezembro os trabalhadores deslocaram-se à Câmara Municipal do Marco, entidade contratante do serviço, onde entregaram um caderno reivindicativo ao chefe de gabinete do presidente da Câmara que então os recebeu nos passos perdidos da autarquia.     

No documento, os trabalhadores explicam que lutam “pelo aumento geral dos seus salários e de todas as prestações pecuniárias para todos os trabalhadores em 10%, no mínimo de 100€, por forma a proceder à reposição do poder de compra perdido nos últimos anos; pela atualização da retribuição base mensal para 850€”, assim como, “pelo aumento do subsídio de refeição para o valor de 9€”.

Na lista de reivindicações estão ainda a “fixação do período de trabalho em 7 horas diárias e 35 horas semanais”, “25 dias de férias remuneradas”, “regulamentação e atribuição de um Suplemento de Penosidade, Insalubridade e Risco”, “fixação do trabalho nocturno entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte, compensado com um acréscimo de 25% da retribuição base mensal”.

Os trabalhadores defendem também a “abertura de um processo negocial sério que uniformize as regras laborais para todos os trabalhadores, que promova e garanta a valorização remuneratória, a dignificação profissional e a qualidade do serviço prestado; pela valorização das carreiras profissionais e sua regulamentação por forma a permitir a progressão e promoção na carreira a todos os trabalhadores; pela regularização das situações de vínculo precário para que a necessidades permanentes correspondam vínculos efetivos”.

António Orlando

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