Depois de 38 anos de perseverança Mosteiro de Ancede reabre as portas ao mundo

INAUGURAÇÃO. O Mosteiro de Santo André de Ancede, no concelho de Baião, cujo edificado remonta à idade anterior à nacionalidade, reabriu oficialmente as portas à contemporaneidade na sequência de um investimento de 3,7 milhões de euros, cuja requalificação foi gizada pelos arquitetos Álvaro Siza Vieira e Daniel Vale. 

Há 38 anos a Câmara de Baião adquiriu o Mosteiro e respetiva Quinta por 150 mil euros, à data o equivalente a 30 mil contos, para património do município, impedindo  que o imovel fosse parar às mãos de privados. “Havia um sujeito, um taxista, que queria comprar isto por 10 mil contos, mas depois a Câmara, de mãos dadas com a Junta, movimentou-se e, em 1985, comprou a Quinta e o Mosteiro”, recorda ao JN, José Sardoura, antigo tesoureiro da Junta de Freguesia de Ancede. 

Este ex-autarca não faltou à inauguração apesar das pernas “já não ajudarem muito” à vontade da cabeça em fazer o corpo andar. “Os anos pesam”, justifica-se. No caso do Mosteiro, os anos até ajudam. “Depois de tanto tempo [38 anos]  está aqui uma obra desta categoria”, exulta José Sardoura, cujo olhar vivo descortinou a chegada, ainda que tardia em cerca de duas horas, do Primeiro Ministro António Costa. 

A convite da Câmara, o chefe do Governo descerrou a placa da inauguração do agora Mosteiro de Ancede Centro Cultural (MACC) de Baião. “Só quem gosta mesmo de ser político é que pode bem compreender e acreditar que, mesmo 38 anos depois, é possível concluir o que se sonhou 38 anos antes”, disse António Costa, dirigindo-se ao autarca local, Paulo Pereira, que momentos antes assumia que é político e que gosta de o ser. 

O icónico Mosteiro foi alvo, desde 2001, de cinco fases de intervenção destinadas a conservar, restaurar e reabilitar o espaço nas diversas valências dotando-o, atualmente, de um Claustro com capacidade para 300 pessoas, a que se junta um auditório com 80 lugares e espaços expositivos capazes de acolher 25 pessoas por hora, para além da área exterior.

O Centro Cultural que atualmente tem patente a exposição “Eu sou…Cargaleiro”, já depois de ter levado aquele espaço “Grandes Mestres”, tem em agenda para 1, 2 e 3 de junho a conferência Green Marble 2023, sobre alterações climáticas, e está ainda a programar a presença de músicos nacionais e internacionais. O primeiro será Pedro Abrunhosa.

Fazer um centro cultural com tamanha dimensão no concelho mais rural do distrito do Porto, é para o autarca local uma aposta num “ Baião moderno, desenvolvido, provocador e ousado, que se orgulha das suas tradições, tomando por base o turismo de natureza com sustentação ambiental e preservação do património material e imaterial”, justifica Paulo Pereira. 

O concelho passou a ter uma nova dinâmica nas vertentes museográfica, educativa e científica, com capacidade para a  “organização de conferências e na criação de residências de investigação com condições de acolhimento de investigadores que queiram estudar o espaço”, conclui o edil.

António Orlando

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