AMBIENTE. Os Clã foram esta segunda-feira à aula de biodiversidade da Escola Secundária de Amarante, plantar um carvalho-alvarinho (Quercus robur) no recreio do estabelecimento de ensino que ficou batizado com o nome da banda portuense, para assinalar o Dia Internacional da Biodiversidade. Junto do carvalho-alvarinho foi colocada uma placa com um QRCode que permite ao utilizador ter acesso a informação da espécie através do telemóvel.
Esta iniciativa enquadrou-se numa parceria da Escola Secundária, Câmara Municipal, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e o CoLAB Forestwise (Laboratório Colaborativo para Gestão Integrada da Floresta e do Fogo).
Manuela Azevedo, Hélder Gonçalves e companhia meteram literalmente as mãos na terra para impulsionar o crescimento de uma das “grandes” árvores autóctones que há milhares de anos existem no nosso país e cuja madeira, por exemplo, é uma das que melhor envelhece o vinho do Porto. “Soube-me muito bem [meter as mãos na terra], na verdade eu sou uma rapariga do campo e tive o privilégio de nascer e crescer numa aldeia perto de Vila do Conde”, começou por referir ao TTV a vocalista dos Clã. Lembrando que sempre teve um quintal e que desde miúda que mexer na terra, colher coisas na terra é uma coisa presente. “Foi muito saboroso, cavar um buraquinho para pôr o nosso carvalho-alvarinho nesta escola”, referiu ao JN, Manuela Azevedo.
Minutos antes, num encontro com os alunos, no auditório da Secundária de Amarante, foi vincada a urgência de todos contribuírem para salvar o planeta. No que aos Clã diz respeito, a banda diz-se comprometida com a redução da pegada ecológica dos concertos que fazem de norte a sul do país. Assim, reviram todo o raide de atividade da banda nos concertos. Por exemplo compraram cantis para reduzir ao plástico (garrafas) e à poupança da água, eliminaram o consumo de carne e reduziram à quantidade de comida (para evitar o desperdício alimentar) nos buffets e, sempre que podem, os músicos e respetivo staff vão de comboio para os concertos. Por estrada vai apenas o equipamento e os instrumentos. “Acho que convém não perder a esperança com a vontade de continuar a lutar para informar os mais novos. Fazer coisas como estas. Plantar uma árvore aqui outra acolá”, é o caminho apontado por David Attenborough no documentário “A life on our planet” e que ainda hoje recordei na viagem até Amarante”, contextualizou Manuela Azevedo.
Rogério Rodrigues da CoLAB Forestwise, apelou aos jovens para que “vejam na floresta o caminho profissional a perseguir onde há empregabilidade a 100 por cento”, disse.
José Luís Gaspar, autarca de Amarante, assinalou o trabalho que o município tem desenvolvido nas margens dos rios, nomeadamente no combate e substituição de infestantes por árvores autóctones e apelou à responsabilidade de cada um, até porque, ressalvou, “plantamos milhares de árvores autóctones e muitas foram roubadas, e esta não é uma postura responsável”, disse dirigindo-se aos estudantes apelando que a nova geração seja uma nova força na defesa da biodiversidade ensinando o mais velhos.
Recorde-se que esta iniciativa da Escola Secundária de Amarante começou em 2019 com os Blind Zero a apadrinharem a plantação de uma árvore Freixo Duarte D’Armas – um clone do freixo que é ex-líbris de Freixo de Espada à Cinta. Em 2021 foram os GNR que, a celebrar 41 anos de carreira, ofereceram 41 árvores para serem plantadas no concelho, cada uma batizada com o nome de uma música do trio portuense.