CRIME. Constituídas arguidas 29 pessoas na operação conduzida esta manhã pela GNR no norte do país. Dessas, 15 ficaram detidas. Restaurante de Penafiel implicado nas buscas.
“Estamos a falar de um grupo de cerca de 30 pessoas com ligações familiares e entre famílias que sinalizam as residências, aquelas que são mais isoladas, rondam-nas e quando se apercebem que têm oportunidade de entrar acabam por fazer o furto e retirar tudo o que é de valor e fácil de dissimular e transportar, nomeadamente ouro e dinheiro”, relatou fonte da GNR.
Depois, estes bens eram introduzidos no mercado, “através de vendas ‘online’ e através de estabelecimentos próprios para o assunto”.
“Chegaram a furtar também alimentação, e estou a falar em artigos como picanha, bacalhau, salmão, camarão, produtos com valor que depois eram introduzidos no mercado através de estabelecimentos de restauração”, acrescentou.
Um desses espaços será o restaurante Engaço, Casais, Penafiel.
A ação foi desencadeada pela GNR de Viseu e teve início às 7h, tendo já sido efetuadas 33 buscas domiciliárias e não domiciliárias. Apesar de a megaoperação ter predominância no Centro e Norte do País, há registo de furtos em Faro, Beja, Setúbal, Santarém e Leiria.
Fonte do Comando Distrital da GNR de Viseu, salientou que “este processo começou há cerca de um ano na zona de Viseu com furtos em residências”.
Atualmente, o processo “diz-nos que tem uma dimensão nacional, no que respeita ao território continental. Temos já no processo com provas sustentadas 57 furtos em residências e 94 furtos em estabelecimentos de Norte a Sul do país, mas com toda uma dispersão pelo território nacional”, começou por dizer.
Os suspeitos têm ligações familiares e há cerca de 30 pessoas envolvidas residentes em Ermesinde (Valongo), Gondomar, Maia, Porto e Paços de Ferreira .
Segundo o JN, a GNR identificou membros da organização em 94 furtos a súper e hipermercados. Nestes locais, homens e mulheres dissimulavam quilos de produtos congelados em bolsas da própria roupa ou sacos de esconderijos. Os objetos mais escolhidos pela rede passavam por picanha, bacalhau, polvo, salmão e camarão.
O proprietário do restaurante de Penafiel, “O Engaço”, em declarações ao JN rejeitou as acusações feitas e afirma nunca ter comprado produtos furtados à organização.