GASTRONOMIA. Cerca de 1000 kg de anho assado no forno a lenha estão, ao longo deste fim de semana, a ser servidos na 17ª edição do Festival do Anho Assado com Arroz do Forno de Baião. Os dois restaurantes que asseguram o evento gastronómico prevêem servir, por refeição, cerca de 120 kg do afamado prato da região cuja tradição tem décadas de sabores e saberes.
Além do anho (borrego), o cardápio do festival conta com lascas de presunto e o verde (bazulaque) como entradas, e o biscoito da Teixeira na sobremesa, entre outras iguarias. Quem não apreciar anho e acompanhe à feira quem gosta da iguaria, pode sempre aconchegar o estômago com vitela de raça arouquesa ou bacalhau. O vinho é verde avesso, que, diga-se, nesta feira deu a conhecer o primeiro vinho de Baião “Grande Reserva Avesso”.
A mesa da refeição está posta numa tenda de grandes dimensões montada especialmente para o efeito no recinto da Feira do Tigelinho. Estão reunidas “condições de conforto e frescura, tornando-se num espaço agradável, mesmo nos dias quentes de verão”, garante a Câmara Municipal, entidade organizadora do evento.
Na feira, há também barraquinhas de artesanato concelhio, com as bengalas de Gestaçô e as cestas de Frende, entre outros produtos típicos da região.

A animação debita muita música com banda musical, grupo de dança a percorrer o recinto levando alegria, cantares ao desafio que passam por todas as mesas, grupos de concertina e de bombos. Neste último particular, os bombos, a abertura do festival foi ao som do Grupo de Bombos da Associação dos Trabalhadores da Autarquia que contou com o reforço de autarcas de Baião, com o presidente da Câmara à cabeça.
O autarca Paulo Pereira quis com a sua participação nos bombos “contribuir para a alegria às pessoas que é uma marca deste certame que, como outros, se enquadra numa estratégia de promoção do nosso território, trazendo as pessoas pela boca, fazendo juz à nossa melhor gastronomia que é o Anho Assado com Arroz do Forno”, justificou.

Economicamente para o concelho, há ganhos de causa com a realização deste tipo de certames (Baião organiza em janeiro também a Feira do Fumeiro e do Cozido à Portuguesa) que abrem a porta a quem quiser apostar no pastoreio de ovinos e caprinos com ganhos assegurados. O que existe, não chega para as encomendas. “Hoje o grande desafio é nós termos carne de anho que abasteça as necessidades da restauração e familiares ao longo do ano. Não é por acaso que a autarquia dá incentivos à produção por cada cabeça de vitela arouquesa que nasça no concelho e também apoia a produção animal de ovinos e caprino”, revelou.
No jantar de abertura da feira, tal como na última edição, um grupo de refugiados da guerra da Ucrânia, foram convidados a jantar no festival “e se assim o quiserem, teríamos muito gosto que continuassem a viver em Baião que bem precisamos”, concluiu o autarca fazendo alusão ao problema do inverno demográfico em que o concelho e todo o interior vive.