Promoção a técnico superior na Câmara do Marco, de ex-candidato do PS à autarquia de Castelo de Paiva, interrompe reunião do Executivo

POLÉMICA. A presidente da Câmara do Marco de Canaveses, Cristina Vieira (PS), suspendeu, na sexta-feira, por tempo indeterminado, a reunião pública do Executivo Municipal de outubro após o vereador do PS, sem pelouro, Mário Bruno Magalhães recusar votar a Ata da reunião anterior.

Coabitação entre presidente de Câmara, Cristina Vieira e Vereador, Mário Bruno Magalhães, degrada-se a cada dia que passa.

Em causa está uma proposta de “consolidação de mobilidade intercarreiras”, por dois despachos, de três funcionários municipais: duas mulheres e um homem, este último, o ex-Adjunto da presidente da Câmara, José Manuel Carvalho. Ao final do dia a autarca anunciou a retoma da reunião para o dia 2 de novembro.

Na proposta, levada à reunião de câmara de 13 de outubro, o primeiro despacho contemplava a promoção das trabalhadoras Cláudia Daniela Azevedo Vieira e Natália Cristina Moreira Ribeiro, à categoria de Assistente Técnico; o segundo despacho era o da promoção do trabalhador José Manuel Moreira de Carvalho, da carreira de Assistente Técnico, para a categoria de Técnico Superior.

Na base da oposição de Mário Bruno Magalhães, está o facto do futuro Técnico Superior ser “um o socialista que nas últimas eleições autárquicas foi candidato derrotado na corrida à presidência da Câmara Municipal de Castelo de Paiva e que conta no seu currículo com uma acusação do Ministério Público de falsificação de documentos. Mas que fique claro que nada me move contra o cidadão. Apelei à correção da proposta ou em alternativa a votação pessoa a pessoa”, justifica Mário Bruno Magalhães. Cristina Vieira não terá aceite a proposta e terá sugerido ao vereador que “votasse o ponto único e depois que fizesse uma declaração de voto”, apurou o TTV.

O vereador não concordou e no final da reunião alertou para o facto de “na Ata em minuta ser mencionado que o ponto ´foi deliberado por maioria, com a abstenção do Sr. Vereador Francisco Vieira (PSD), e um voto contra do Sr. Vereador Mário Bruno Magalhães’”. A manter-se “não podia assinar a Ata em minuta uma vez que não votei contra o ponto, apenas votei contra um dos nomes apresentados nesse ponto”, sublinhou Mário Bruno Magalhães.

Como a responsável pelo gabinete jurídico municipal não conseguiu, em tempo útil, resolver o imbróglio, o tema resvalou para a reunião pública de 27 de outubro com a minuta por aprovar. Assim, o tema voltou, na sexta-feira, novamente à baila com o vereador a manter a recusa em votar a Ata.

Palavra, puxa palavra, a reunião acabaria por ser suspensa pela autarca “devido ao comportamento inadequado e reiterado do Vereador Mário Bruno Magalhães, que, ao longo da reunião, demonstrou um total desrespeito pela Presidente da Câmara Municipal, bem como pelos princípios básicos de urbanidade que devem nortear os trabalhos”, justifica, Cristina Vieira, em comunicado.

O vereador tem outro entendimento, alega que foi “constantemente interrompido” pela autarca “e que “de forma furiosa” Cristina Vieira “deu por concluída a reunião, argumentando que as questões por mim apresentadas constituíam um ‘total desrespeito pela presidente de câmara’. Por que razão a verdade incomoda tanto a Sra. presidente da câmara do Marco de Canaveses?”, conclui Mário Bruno Magalhães.

A reunião “será reagendada [anunciada para dia 2 de novembro] e espera-se que seja proporcionado um ambiente respeitoso e produtivo nesta e em todas as futuras reuniões”, acrescenta Cristina Vieira, em comunicado, sem indicar uma data.

António Orlando

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