
“Obviamente, apresentei a minha demissão”, afirmou António Costa, esta terça-feira, numa declaração na sua residência oficial.
“Como sempre, confio totalmente na Justiça e no seu funcionamento”, afirmou o chefe do Governo, esta terça-feira. “É, porém, meu entendimento que a dignidade da função de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a integridade, boa conduta e, menos ainda, com a suspeição de qualquer ato criminal”, acrescentou.
A demissão ocorre depois de, esta terça-feira, o Ministério Público ter revelado que iria constituir como arguidos os ministros João Galamba e Duarte Cordeiro, num processo a envolver os negócios do lítio e do hidrogénio verde. O mesmo deverá ocorrer com o ex-ministro João Matos Fernandes.
A residência oficial do primeiro-ministro foi alvo de buscas, tendo a Procuradoria-Geral da República anunciado que António Costa será investigado “autonomamente”. Segundo o “Público”, já terão sido detidos o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, e também Diogo Lacerda Machado, consultor próximo de Costa.
A marcação ou não de eleições antecipadas está agora nas mãos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa que convocou para a próxima quinta-feira uma reunião do Conselho de Estado.