AMBIENTE. A empreitada teve um custo de 2 milhões e 660 mil euros, dos quais 1 milhão de euros foi comparticipado pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) por iniciativa do antigo ministro do Ambiente, Pedro Matos Fernandes.
A Câmara do Marco de Canaveses inaugurou esta quarta feira, o final do dia, a nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Ponte das Tábuas, equipamento batizado por “Fábrica da Água” que substitui a velha e obsoleta ETAR que existia no local há 40 anos e que na última década se limitava a separar as lamas encaminhado o esgoto por tratar para o rio de Galinhas tornado as vidas dos moradores num inferno por causa do cheiro pestilento.
“É um dia feliz para o Marco que resolve o maior passivo ambiental da cidade”, referiu a presidente da Câmara do Marco de Canaveses, Cristina Vieira, ao descerrar a lápide que perpetua a entrada em funcionamento da ETAR da Ponte das Tábuas, na margem esquerda do rio de Galinhas, afluente do rio Tâmega, curso de água que está ‘morto’, sem fauna nem flora. A Câmara “não tem nenhum plano” para revitalizar o rio, “vamos deixar que a natureza faça o seu trabalho”, justificou a autarca.
A nova ETAR foi implantada numa área com cerca de 4.200 metros quadrados, com “tecnologia de última geração” que permite o tratamento de 2.400 metros cúbicos por dia de águas residuais, o dobro da possibilidade da antiga ETAR, servindo 4.500 habitações, cerca de 10 mil habitantes. Porém, nos próximos anos a ETAR vai estar a funcionar com apenas 30% da capacidade de recolha de efluentes, por falta de rede de saneamento no concelho. “Esta ETAR está a funcionar em pleno, o que este equipamento tem é capacidade para servir e acolher aqui o saneamento das outras freguesias [ Várzea, Aliviada e Folhada e de Tabuado e Marco, parte norte] quando for construída mais rede”, disse Cristina Vieira, enaltecendo “a capacidade de planeamento da Câmara”.
Além dos coletores em falta, também é necessário construir duas Estações Elevatórias, uma no lugar de Vila Maior e outra junto ao rio Ovelha que permitirá bombear o saneamento daquelas freguesias para a ETAR. “O que lhe posso dizer é que [os investimentos] serão feitos nos próximos 10 anos”, afirmou Cristina Vieira ao TTV, acrescentado que as referidas estruturas fazem parte do Plano Municipal de Investimento (PMI) que será posto em execução a partir do momento que a Autarquia resolva o diferendo judicial com a concessionária Águas do Marco, processo que se arrasta há cerca de 18 anos. Em fevereiro último, em reunião de Câmara a autarca havia dito que o “acordo para resolução do litígio” com Águas do Marco “será feito este ano”.
TAXA SANEAMENTO BAIXA
Atualmente, o concelho do Marco de Canaveses tem uma taxa de cobertura de saneamento de apenas 51% e de 54% na distribuição de água. Nos seis anos que leva de governação do Município, a autarca socialista garantiu que aumentou as taxas de cobertura de saneamento em 10% e de água em 11%, “sem recurso a fundos comunitários”, atendendo que tal possibilidade estava vedada ao Município por causa do referido litígio com as Águas do Marco.
“A nossa meta é chegarmos dentro de oito (8) anos a uma taxa de cobertura de saneamento de 60% e de 80% na água”, expressou a autarca.
Uma das particularidades da nova ETAR é uma entrada específica destinada à descarga de tratores cisternas que fazem a recolha do esgoto nos locais onde não existe saneamento.