Douro, Tâmega e Sousa quer reforçar o poder atrativo de três rios

COESÃO. Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa movimenta-se para investir 187 milhões até 2030, com indústria e turismo entre as prioridades

Foto António Orlando

Após o sucesso na aplicação das verbas previstas pelo programa Norte2020, os 11 municípios banhados pelo Douro, Tâmega e Sousa estão alinhados no propósito de valorizar ainda mais a região, com a ajuda do Portugal 2030, tirando partido das vantagens que a natureza e a geografia lhes facultaram.

Por unanimidade, assumiram o compromisso de investir 187 milhões de euros nos próximos sete anos, procurando rentabilizar os benefícios intrínsecos à sua identidade, mas também os que lhes são conferidos por fatores externos, como a proximidade aos centros urbanos mais emblemáticos da região Norte – Porto, Braga, Guimarães e Vila Real.

Dessa proximidade resultam dádivas como o acesso a todo o tipo de meios de transporte, do rodoviário ao ferroviário, do marítimo ao aéreo, e, claro, o fluvial. Sem falar nas benesses da existência de polos do conhecimento, liderados por universidades, institutos politécnicos e centros de investigação.

É nesse contexto que acreditam ter os atributos necessários para atrair capital humano qualificado e empresarial, dois recursos essenciais para dar vida aos muitos projetos que delinearam desenvolver com as ajudas de Bruxelas.

“Somos muito procurados pela iniciativa privada. Temos muitos jovens qualificados. Temos áreas de acolhimento empresarial e há oferta de solo industrial disponível. A grande aposta que queremos é na tecnologia, na inovação e no conhecimento, e garantir formação ao longo da vida”, explica Telmo Pinto, primeiro secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa.

Telmo Pinto, primeiro secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa

Os 187 milhões de euros em vista representam um aumento de 72% dos fundos destinados à região no quadro comunitário anterior, que rondava os 108 milhões. Reivindicam ser o maior reforço registado nas oito sub-regiões no Norte.

Embora haja um conjunto de prioridades (regeneração urbana, saneamento, transição digital, eficiência energética, apoio às empresas, inclusão social, educação, saúde e desporto), há uma listagem de projetos dos quais Telmo Pinto destaca um centro tecnológico da indústria do mobiliário; um centro de formação, em articulação com o Instituto de Emprego e Formação Profissional; e uma escola de hotelaria e turismo, com o Turismo de Portugal.

Mas há outros, como uma fábrica modelo da indústria do vestuário; vários polos tecnológicos; uma incubadora rural; espaços acolhimento e cowork; um centro de alto rendimento desportivo fluvial; várias escolas profissionais; e até uma agência do investimento.

Fazem ainda parte vários projetos ligados ao turismo, com destaque para os vinhos Verdes, tendo em conta que cinco das nove sub-regiões desta cultura estão no território da CIM do Tâmega e Sousa. Além disso, seis dos municípios têm o privilégio de se confrontarem com o Douro, uma mais-valia que Telmo Pinto reconhece estar por explorar.

A Rota dos Vinhos Verdes, as Aldeias, as Ecovias e a Rota dos Solares e Jardins são outras referências turísticas que Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel e Resende deverão conhecer numa nova dimensão.

António Orlando

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