AMBIENTE. O presidente da Câmara de Amarante viu-se forçado a reagir com “muita preocupação”. No Marco, a Concessão não investe na manutenção das redes
A análise foi feita pela Deco Proteste a todos os tarifários de abastecimento e saneamento de água, e resíduos urbanos, em Portugal, a organização de defesa do consumidor concluiu que as disparidades de preços na fatura global entre os concelhos com os tarifários mais caros e mais baratos ultrapassam os 376 euros.
No caso de um consumo standard de 120 mil litros de água por ano, Amarante (470,13 euros), Oliveira de Azeméis (468,68 euros), Trofa (467,25 euros), Baião (453,32 euros) e Celorico de Basto (451,01 euros) são os concelhos com as contas da água mais caras.
O presidente da Câmara de Amarante viu-se forçado a reagir. Em comunicado enviado à redação do TTV, José Luís Gaspar diz-se muito preocupado, sublinhando que “não somos nós que definimos o tarifário. Eu disse-o sempre: este contrato de concessão é desastroso”, aludindo à tomada de posição do seu antecessor Armindo Abreu (PS) e que ele, Gaspar, enquanto vereador da oposição, votou contra a concessão. “Mas, além disso, identificado que está o erro e olhando para o território nacional como um todo, é tempo de agir na regulação do preço deste que é um bem essencial”, refere.
“O que este estudo demonstra é a negação da coesão territorial. Tratando-se de um bem essencial, como se pode permitir tão grande disparidade no preço da água dos diferentes concelhos?”, questiona José Luís Gaspar que exige “um tarifário regulado para todos o país”.
No caso de consumos acima da média (180 m3), destacam-se o Fundão (751,64 euros), Oliveira de Azeméis (684,10 euros), Santa Maria da Feira (682,82 euros), Celorico de Basto (668,91 euros) e Covilhã (666 euros) com os preços mais elevados em Portugal.
As entidades que praticam os preços mais elevados para 120 metros cúbicos chumbam no indicador de reabilitação de condutas e ramais de abastecimento de água. Ou seja, não investem na renovação estrutural, para garantirem a boa qualidade da água a médio e longo prazo. Estamos a falar de Águas de Cascais, Águas de Ourém, Esposende Ambiente, Indaqua Oliveira de Azeméis e Águas do Norte, que agrega Amarante, Arouca, Baião, Celorico de Basto e Cinfães.
Também no cenário de 180 metros cúbicos anuais, preços elevados não trazem mais investimento em reabilitação, exceção feita à Águas do Planalto e à Aquafundalia. É o caso de Indaqua Oliveira de Azeméis, Águas do Norte, Indaqua Santa Maria da Feira, Águas de Paredes e Águas do Marco.