SAÚDE. A iniciativa, que tem início marcado para as 10 horas, deste sábado, destina-se a profissionais de saúde e vai contar com a participação do psicólogo clínico Ricardo Silva.
A AMAE – Associação Marco Autismo e EU vai promover uma palestra sobre Perturbação do Espectro Autista (PEA) e Serviços de Saúde, este sábado, dia 16 de março, no Auditório Municipal Prof.ª Emília Monteiro, na cidade do Marco de Canaveses.

“Apesar de manifestamente vivermos uma situação de cada vez maior consciencialização da condição, o autismo é ainda pouco reconhecido e as suas características ainda podem ser difíceis de compreender pelos profissionais de saúde que irão lidar com a situação. Por esse motivo, é importante informar os profissionais acerca do funcionamento e personalidade da pessoa com autismo. Estar preparado para qualquer situação é a melhor solução para o sucesso”, explica fonte da AMAE
Na palestra vão ser abordadas questões relacionadas com as boas práticas no atendimento de cidadãos com autismo em hospitais e centros de saúde.
SABER MAIS
Transtornos do espectro autista são distúrbios do neurodesenvolvimento caracterizado por deficiente interação e comunicação social, padrões estereotipados e repetitivos de comportamento e desenvolvimento intelectual irregular, frequentemente com retardo mental.
O autismo manifesta-se habitualmente nos primeiros 3 anos de vida, particularmente na faixa etária dos 15 meses aos 3 anos, altura em que é esperada uma grande evolução nas competências de comunicação das crianças.

A origem das PEA não está ainda bem compreendida. Existe consenso sobre a importância dos fatores genéticos, de genes que atuam no desenvolvimento do cérebro, particularmente no complexo sistema de comunicação dos neurónios. A importância da genética é evidente quando existem outras pessoas com PEA na mesma família e quando são identificadas mutações e outro tipo de alterações nos estudos genéticos.
É possível que fatores ambientais como o uso de determinados medicamentos durante a gravidez, toxinas ou um ambiente desfavorável possam afetar e modificar as expressão dos genes contribuindo para a variabilidade dos sintomas que se observam nas PEA. É importante salientar que apesar de todas as correntes históricas que relacionam o autismo com as vacinas, não existe nenhuma evidência científica que suporte esta associação quando se consideram os estudos recentes e de boa qualidade
Existem diversos modelos e paradigmas de intervenção nas PEA, trabalhando essencialmente com estratégias comportamentais numa fase inicial. Podem envolver Técnicos de Análise Comportamental Aplicada (ABA), Terapia da Fala, Psicomotricidade, Terapia Ocupacional, Psicologia, Pedopsiquiatria, Técnicos de Intervenção Precoce, dependendo do perfil da criança e dos recursos e experiência de cada local. O número de horas de estimulação é muito importante o que implica que os pais e educadores devem estar envolvidos, de forma a existir coerência na forma de interagir com a criança.