Montenegro indigitado primeiro-ministro. Tomada de posse a 2 de abril

POLÍTICA. O Presidente da República não esperou pelo resultado dos círculos da emigração para confirmar que líder do PSD formará Governo. Escolhas de ministros vão ter em conta necessidade de obter consensos parlamentares e de juntar nomes fortes numa conjuntura em que a coligação ficará muito longe de ter uma maioria absoluta.

Luís Montenegro foi indigitado primeiro-ministro, já passava da meia-noite, regressando ao Palácio de Belém, ainda antes da contagem final dos votos dos Círculos da Emigração.

Já o líder da AD tinha sido indigitado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quando foram conhecidos os resultados finais das legislativas, com o apuramento dos quatro deputados eleitos pelos Círculos da Emigração. Apesar de o Chega ter sido o partido mais votado entre os portugueses que residem no estrangeiro, confirmou-se a vantagem da Aliança Democrática, liderada pelo presidente do PSD, sobre o PS, em votos e em mandatos.

 Nota da Presidência da República – Luís Montenegro indigitado como Primeiro Ministro.

Depois de ser indigitado primeiro-ministro, Montenegro fez saber que no próximo dia 28 de março irá apresentar a composição do futuro Governo ao chefe de Estado e que “a data da tomada de posse será no dia 2 de abril”. 

São apontadas como certas no futuro Governo as presenças dos vice-presidentes do PSD Miguel Pinto Luz, que deverá ser ministro das Infraestruturas, Paulo Rangel, apontado para os Negócios Estrangeiros, e António Leitão Amaro, que pode ficar com a pasta da Presidência. Também dificilmente ficarão de fora o atual líder parlamentar Joaquim Miranda Sarmento, nas Finanças, e o coordenador do Movimento Acreditar, Pedro Reis, na Economia.

Também garantido está o líder do CDS-PP, Nuno Melo, provável ministro da Defesa, aproveitando o seu perfil de eurodeputado. A haver outra pasta atribuída aos centristas, deverá ser a da Agricultura ou a da Segurança Social.

A Aliança Democrática venceu as legislativas com 28,84% (incluindo a coligação PSD-CDS na Madeira), e elegeu 80 deputados, dos quais 78 do PSD e dois do CDS-PP, à frente do PS, que teve 28% e assegurou 78 mandatos. Em terceiro, o Chega teve 18,07% e 50 deputados, juntando ontem ao grupo parlamentar José Dias Fernandes (Europa) e Manuel Magno (Fora da Europa). O socialista Augusto Santos Silva não foi reeleito deputado.

A Iniciativa Liberal elegeu oito deputados.

Na esquerda, o Livre foi o único a aumentar a presença na Assembleia da República, de um para quatro deputados. Pelo contrário, o Bloco de Esquerda continua a ter cinco e o PCP perdeu dois representantes, passando a dispor de apenas quatro. Sem alterações fica o PAN, que falhou o objetivo de recuperar o grupo parlamentar, mantendo a deputada única Inês de Sousa Real.

António Orlando

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