Trabalhadores dos CTT anunciam protesto de norte a sul do país contra aumento das contribuições do sistema de saúde

PROTESTO. “Oposição e a contestação às alterações impostas ao IOS, devem sair fora de portas e descer à rua”, apelam os trabalhadores

A Comissão de Trabalhadores (CT) dos CTT- Correios de Portugal anunciou para o próximo dia 20 de abril concentrações em cidades e vilas de norte a sul do país em protesto contra a alteração do Regulamento das Obras Sociais ( sistema de proteção de saúde idêntico à ADSE na função pública).

O protesto surge por causa do aumento da quota mensal, por um lado, e por outro, a redução das comparticipações nos atos médicos realizados pelos subscritores do plano de saúde. “O valor dos aumentos salariais, acordados desde janeiro passado, é anulado, quer pelo agravamento do custo de vida, quer pelo aumento da quotização para o Instituto das Obras Sociais (IOS) dos CTT, ainda, pelos cortes nas comparticipações em atos médicos, internamentos e cirurgias”, justifica a CT.

A Comissão de Trabalhadores fala em decisão “unilateral e reveladora da prepotência e da ausência de sensibilidade social” que nortearam “desde a primeira hora, da parte da empresa, as sessões com os negociadores ao longo de mais quatro meses com as Estruturas Representativas dos Trabalhadores (ERT’s), que terminaram em dezembro de 2023. Nessa ocasião, na véspera do Natal, os carteiros fizeram uma greve de oito dias convocada pelo SICTTEXPT – Sindicato Independente dos Correios, Telecomunicações, Transportes e Expresso de Portugal.

Agora, três meses depois da paralisação e sem que a empresa tenha mostrado abertura às reivindicações, os trabalhadores dos CTT voltam à carga reafirmando que “os aumentos das contribuições penalizam e castigam os beneficiários e que são incompreensíveis face aos lucros substanciais” da empresa. “Em 2023 os lucros dos CTT dispararam 66% em relação ao ano anterior, alcançando resultados líquidos de 60,5 milhões de euros. Já o valor dos dividendos a repartir pelos acionistas será de 17 cêntimos por cada ação, depois da mais do que certa aprovação em assembleia geral. Estamos a falar de 144 milhões de ações que totalizam 24,5 milhões de euros”, revela a CT.

A fonte vai mais longe ao denunciar pretensas recompensas que irão ser concedidas “por debaixo da mesa para os amigos de todos os dias” resultantes da recompra de ações próprias por parte da empresa. “Lá se vão os milhões para os bolsos dos mais improdutivos da empresa. Uma operação que mais não é do que uma dádiva caída do céu, isenta de impostos”, acrescenta a CT.

Para a “luta pela reposição da legalidade do IOS”, a CT diz serem “bem-vindos todos os beneficiários sem exceção: trabalhadores efetivos, aposentados e os familiares”, porque, sublinham, “sem a impugnação da supressão dos apoios sociais e com o encarecimento dos cuidados médicos todos ficaremos mais pobres e menos protegidos”, conclui a Comissão de Trabalhadores.

Contactada pelo TTV, fonte dos CTT disse que a empresa respeita “o direito à manifestação dos trabalhadores”, mas defendeu que “para ser sustentável”, o Regulamento das Obras Sociais tinha obrigatoriamente de ser alterado”.

Nesse sentido, e “por não ser possível formalizar um acordo” após as várias rondas de negociações, “já está em vigor um novo plano de apoio social” que visa, segundo os CTT, “garantir que os trabalhadores e as suas famílias continuam a beneficiar do regime de proteção social sem interrupções”.

António Orlando

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