TRABALHO. Câmara, proprietária da concessão, “solicita a melhor compreensão e colaboração dos munícipes no sentido de evitarem tanto quanto possível o depósito nos contentores” durante a greve
Os trabalhadores da Environment Portugal FCC, empresa concessionária da recolha dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no concelho do Marco de Canaveses, entregaram um pré-aviso de greve para o período entre as 00h00 do dia 30 de março (sábado) e as 24h00 do dia 1 de abril (segunda-feira), que vai afetar os serviços de recolha de resíduos no concelho no fim-de-semana de Páscoa.

O caderno reivindicativo é tão longo, como longa é a luta dos trabalhadores que há mais de dois anos pedem, através de plenários e de greves, uma melhoria das condições de trabalho. Entre as exigências consta o pedido de aumento salarial de 15% com um mínimo de 150€ para todos os trabalhadores; a implementação de um salário de entrada de 1000€; o subsídio de refeição de 10€/dia; a fixação do período normal de trabalho em 7 horas diárias e 35 horas semanais; a garantia de 25 dias de férias remuneradas; e a concessão de subsídios de insalubridade, penosidade e risco para os trabalhadores em funções de risco.
Na eminência de uma paralisação em massa dos funcionários da FCC, a Câmara do Marco de Canaveses, proprietária da concessão, “solicita a melhor compreensão e colaboração dos munícipes no sentido de evitarem tanto quanto possível o depósito nos contentores entre os dias 29 de março (sexta-feira) e 1 de abril (segunda-feira), de forma a conter-se a acumulação de lixo nos espaços públicos”.
A autarquia garante que está atenta à situação, “tendo participado, como assistente” na reunião entre o sindicato e a empresa ocorrida na passada segunda-feira, dia 25 de março, “assumindo o compromisso de garantir que a empresa cumpre todas as obrigações legais”. “Apesar dos esforços para encontrar um entendimento entre as partes envolvidas, algumas das questões apresentadas pelo sindicato não puderam ser atendidas”, esclarece fonte municipal.
A autarquia marcuense alega que “não tem competência para decidir sobre as questões apresentadas pelos trabalhadores da FCC, nem pode fazer exigências à empresa neste sentido. Tais questões estão sujeitas a acordos entre as partes envolvidas, e a Câmara está limitada ao cumprimento das obrigações legais estabelecidas”, justifica a autarquia marcuense.