JUSTIÇA. A decisão, segundo avança o JN, contraria o emigrante que afirmava ser o proprietário do dinheiro que seria fruto do seu trabalho na construção civil na Alemanha e na Suíça
O Tribunal da Relação do Porto determinou que os mais de 436 mil euros descobertos entre as pedras de um antigo muro, em Rio Moinhos, Penafiel, têm origem criminosa.
Apesar de nunca ter sido condenado por qualquer crime, o emigrante que afirmava ser o proprietário do dinheiro, não conseguiu convencer as autoridades judiciais sobre a origem lícita da fortuna. O Tribunal de Penafiel havia anteriormente arquivado o caso, mas recusou a devolução do dinheiro ao Estado. Contudo, após recurso do Ministério Público, o Tribunal da Relação decidiu a favor da reversão dos fundos para o Estado, adianta o Jornal de Notícias.
Recorde-se que este caso começou em 2021, quando decorria uma obra de requalificação naquela freguesia, e um dos trabalhadores terá identificado um homem que chegou ao local de carro, apresentando-se como emigrante regressado à terra, e vasculhou o muro de pedra, tendo depois saído dali sem dar mais explicações. A GNR, que acompanhava os trabalhos passou o muro a pente fino e descobriu o dinheiro nos cofres, tendo chamado ao local o núcleo de investigação criminal.
Segundo o JN, o emigrante terá contado que parte do dinheiro, 52 mil euros, tiveram origem numa herança que o pai lhe deixou e que estava escondida numa caixa de madeira no muro. Além disso, o homem assegurou que levava para Portugal, todos os anos, entre 20 mil a 40 mil euros, e que também tinha vendido uma casa em Marco de Canaveses.
Dizendo que não confiava nos bancos nem na mulher, por esta ter acumulado 60 mil euros de dívidas, o homem indicou que decidiu guardar as poupanças no mesmo muro onde o pai deixou a herança.
Mas o tribunal considerou “irrealista” a explicação fornecida pelo emigrante, sustentando que o dinheiro só pode ter sido obtido ilegalmente”, acrescenta o JN.
Refira-se que o emigrante não foi o único a reclamar os 436 mil euros. Também uma empresa de construção, dona da propriedade rodeada pelo muro que escondia o montante, e um dos seus funcionários, apresentaram, no início do ano, requerimentos em que dizem ter direito ao dinheiro.