POLÍTICA. Substituição do social-democrata Paulo Portela na Câmara de Baião só foi conseguida agora. Eleição para a Concelhia ficou sem candidatos
O PSD de Baião esteve dois meses sem conseguir ocupar a vaga de vereador na Câmara e, depois de três recusas, obteve finalmente o sim de desejado. O primeiro vereador do partido, Paulo Portela, suspendeu o mandato por um ano por razões profissionais e a representação do PSD no Executivo de Baião passou a ser assegurada apenas pela vereadora Célia Azevedo.

Na sequência do pedido de suspensão do mandato de Paulo Portela, a Câmara convocou o terceiro elemento da lista do PSD para tomar assento na vereação, mas este recusou, renunciando ao mandato. O mesmo se passou com o quarto e o quinto da lista, que não aceitaram a indigitação. Só à quarta tentativa foi cooptada uma nova vereadora: Maria Olívia Mendes, a sexta da lista social-democrata.
PRESIDENTE CESSANTE
Para o ex-vereador Paulo Portela, as dificuldades estão relacionadas com a resistência dos locais em serem Oposição num concelho dominado há quase duas décadas pelo PS.
“A Câmara de Baião é a principal entidade empregadora do concelho, que tem pouco mais de 17 mil habitantes. Tudo gira em redor do poder. Quem está no poder faz disso estratégia e sabe do controlo que tem sobre as pessoas e elas, por seu lado, não estão dispostas a dar a cara pela mais elementar regra da democracia, que é a Oposição, o poder ao contraditório”, frisa Paulo Portela.

No entanto, as dificuldades do PSD estendem-se à vida interna: as eleições de 20 de abril para a liderança da Comissão Política Concelhia de Baião não tiveram candidatos. A estrutura laranja está, assim, em gestão corrente a cargo de Raquel Azevedo, presidente cessante. “É um assunto que estamos a resolver internamente”. Uma vez que não houve candidatos, “estou em processo de reflexão”, explica Raquel Azevedo, para quem “não há desinteresse” pela política em Baião. “São situações naturais da política partidária. O PSD continua a cumprir o seu papel como Oposição, nos diferentes órgãos autárquicos”.

O certo é que a militância caiu para mínimos alarmantes. O TTV apurou que só 25 militantes tinham as quotas em dia à data das eleições de 20 de abril. Raquel Azevedo considera que a fraca militância é circunstancial: “Durante o último mandato o número de militantes subiu. Apenas não pagaram as quotas porque não havia listas a concorrer. Parece-me óbvio” conclui.