ULS Tâmega e Sousa quer mais 200 camas para o internamento

SAÚDE. A Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa (ULS – TS) pretende criar mais 200 camas dirigidas para o internamento hospitalar de forma a acabar com o acolhimento de doentes em macas espalhadas pelos corredores do Hospital Padre Américo, em Penafiel.

A pretensão, para levar a cargo durante o atual mandato do Conselho de Administração (CA) da ULS- TS liderado por Enrique Capelas, foi anunciada durante uma Conferência de ‘Integração de Cuidados em Contexto de Unidades Locais de Saúde’, com a presença dos clínicos da instituição que decorreu nesta quarta-feira, 3 de julho, no auditório do Hospital de Amarante. Este hospital vocacionado para Cirurgia de Ambulatório, construído com três blocos operatórios e com capacidade para cerca de 50 intervenções diárias, desde a sua inauguração em 2011, tem tido uma utilização residual face à capacidade instalada em contraponto com a sobrelotação do Hospital Padre Américo, em Penafiel, sede da ULS-TS.

Enrique Capelas admite que o Hospital de Amarante possa entrar nesta equação – aumento de internamento – mas, a acontecer, acabará por mexer com a capacidade clínica aí instalada. Assim, a maioria das novas camas será instalada no Hospital de Penafiel, o que implicará a ampliação das instalações do Padre Américo (hospital). O financiamento terá de ser negociado pela ULS-TS com a tutela, sendo certo que as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para a saúde, estão todas afetadas à prestação dos Cuidados Primários.

O plano diretor da ULS-TS prevê também a ampliação dos serviços de ambulatório e bloco e a criação de áreas de diferenciação clínica. Ao nível de inovação, está previsto o uso da Inteligência Artificial, nomeadamente, para o atendimento público com a melhoria de processos de autonomia e aquisição de Robot Cirúrgico.

A Administração da ULS – TS assume também a necessidade da contratação de mais 5% dos profissionais enquadrados no Quadro Global de Referência do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A política com vista à captação e fixação de médicos especialistas, uma das maiores dificuldades das administrações hospitalares, na ULS-TS, será combatida com a aposta na “investigação clínica com uma maior ligação à Academia e criação de bolsas que financie a publicação”, explicou Nelson Pereira, diretor clínico para a área dos cuidados de saúde hospitalares.

Com um orçamento de 400 milhões para o corrente ano, ou seja 800 euros de capacitação por cada utente da ULS – TS, “constrange um bocadinho” Enrique Capelas, defendendo a capacitação das unidades pela “estratificação por risco”. O responsável, um entusiasta do modelo das ULS, classifica de “incomportável” o sistema que tinha por “modelo a produtividade”. “Isto é um discurso idiota de um modelo vocacionado para a doença e não para a saúde que em 2022 pagou 1,6 mil milhões de euros em medicações, sendo que 830 milhões foram do bolso dos utentes”, exclama.

O enquadramento estratégico da ULS- TS, debatido na conferência, prevê a criação do processo clínico único que reúne a informação clínica dos utentes e os acompanha, independentemente do sector onde estão a ser tratados, assim como a criação de Processos Assistenciais Integrados e Manual de Articulação da ULS- TS.

A Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa (ULS – TS) é a entidade que passou a agregar sob uma administração o antigo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa composto pelos hospitais de Penafiel e Amarante, Centros de Saúde e Unidades de Saúde Familiar que presta cuidados de saúde a um universo de meio milhão de utentes.

António Orlando

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