EXPOSIÇÃO. Mostra de fotografia para ver nos espaços de exposições temporárias da Casa da Granja, em Amarante.
A mostra será inaugurada no dia 17 de agosto pelas 16.30 horas e estará patente ao público até ao dia 11 de outubro de 2024.
A curadoria da exposição é de Verónica Teixeira Pinto.
“Há qualquer coisa de profundamente ameaçador nesta nova série de fotografias de Júlio Alexandre de Matos. E no entanto isso, que não chegamos exatamente a apreender o que seja, não é imediatamente compreensível. Tentemos, pois, compreendê-lo, avançando pelo terreno inquieto e inquietante das suas imagens.
Notável trabalho, este, que nos ensina em profundidade o difícil caminho de ver”, descreve Bernardo Pinto de Almeida,
Escritor, Professor de História e Teoria da Arte da Universidade do Porto
A série fotográfica “Flat Water”, realizada no Norte de Portugal, trata das intervenções digitais como forma de questionar a aparente tridimensionalidade da Paisagem numa impressão fotográfica.
Júlio de Matos, natural de Braga, Portugal, desde cedo se interessou pela fotografia e pelo trabalho em câmara escura a preto e branco, recebendo diversas encomendas de retratos.
Em 1974, faz aprendizagem em Design Industrial, com Gerald Gulotta do Pratt Institute, NY, EUA, participando no Industrial Design Workshop 74, organizado pelo fundo de Fomento de Exportação português.
Em 1976 concluiu o Curso Superior de Arquitetura na ESBAP – Escola Superior de Belas Artes do Porto.
De 1979 a 1981, aprimorou os seus conhecimentos de fotografia graças à ITT – International Fellowship que lhe foi concedida através do Fulbright-Hays Scholarship Program para apoio à pós-graduação em Fotografia como Belas Artes no RIT – Rochester Institute of Technology, Rochester, NY, EUA. Lá, estudou com Charles Arnold Jr., Owen Butler, Bea Nettles, John Pfahl, Elliott Rubenstein, Richard Zakia, entre outros.
Parte do seu trabalho inicial trata e explora interligações, entre a manualidade, as técnicas fotográficas e os processos fotográficos alternativos, com visão, conteúdo e significado.
Realizou projetos fotográficos que resultaram das suas múltiplas viagens à Ásia, e que são uma prova da sua preocupação com a sobrevivência e extinção de culturas ancestrais:
“Ta Prohm – A Memória do Mundo” (Camboja, 2001), “Porta do Paraíso – Manikarnika Ghat” (Índia, 2003), “Fading Hutongs” (China, 2005-2008), “Casas de Brasileiro” (Portugal, 2008) revelam esse mesmo estado de espírito;
Mais tarde, a série fotográfica “Flat Water”, realizada no Norte de Portugal, trata das intervenções digitais como forma de questionar a aparente tridimensionalidade da Paisagem numa impressão fotográfica.
A sua série de fotografias de 2012 “Travel Journal – A Journey to Santa Fe”, (Novo México, EUA, 2012) feita em uma introspetiva viagem pessoal ao Novo México, explora a relação entre texto/imagem. A metáfora narrativa, em 2016, prossegue o mesmo conceito com o projeto “Crónicas de Ronci”, fruto de uma viagem muito lenta a Arles, França.
O seu mais recente projeto é “The Road We Are” é um projeto expositivo e audiovisual (Porto, 2018).
Em 2019 dedicou-se a um projeto de investigação sobre “As Obras do Fidalgo” em Vila Boa de Quires, no contexto do Mestrado em História da Arte, Património e Cultura Visual, na FLUP. Nesta mesma instituição atualmente finaliza um novo mestrado, desta feita em Arqueologia, investigando sobre o Santuário rupestre de Panóias, em Vila Real.
Recentemente voltou a lecionar, ministrando oficinas, escrevendo sobre fotografia, trabalhando em novos projetos.
Atua como professor na área da fotografia há muitos anos. Em 1980 e 1981, como Assistente Graduado de História da Estética da Fotografia, dividiu a responsabilidade de algumas aulas no RIT, Roche, etc.