APOIOS. Baião foi concelho com maior montante de prejuízos declarado por causas dos incêndios. Resende foi o segundo concelho. Mais de 900 agricultores do Norte declararam prejuízos de 3,6 milhões. A informação é disponibilizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
De acordo com os pedidos já aceites pela CCDR-N, o concelho com maior montante de prejuízos declarado pelos incêndios de setembro foi Baião com 569 mil euros, seguido de Resende com 417 mil euros, Cinfães com 381 milhões de euros, Vila Pouca de Aguiar (distrito de Vila Real) com 320 mil euros e Cabeceiras de Basto (Braga) com 243 mil euros.
Baião lidera também o número de candidaturas na região Norte, com 156, seguido de Cinfães (133), Resende (129), Vila Pouca de Aguiar (117) e Cabeceiras de Basto (78).
Segundo despacho publicado em Diário da República, a lista abrange mais de 460 freguesias de concelhos como Amarante, Baião, Celorico de Basto, Marco de Canaveses, Resende, Lousada, Felgueiras, Paços de Ferreira, Paredes, Vila Real, Alfândega da Fé, Alijó, Arcos de Valdevez, Arouca, Barcelos, Braga, Bragança, Cabeceiras de Basto, Caminha, Chaves, Cinfães, Espinho, Fafe, Freixo de Espada à Cinta, Gondomar, Guimarães, Lamego e Macedo de Cavaleiros
De acordo com a CCDR-N, no total terão sido afetados na região Norte 3.203 agricultores inscritos em parcelário, com território correspondente a 8.169 hectares parcelados.
O número de parcelas afetadas é de 1.700, o número de declarações apresentadas desde 12 de setembro é de 815 e o número de construções agrícolas afetadas foi de 295.
Porém, no total, na região arderam 69.830 hectares, dos quais 28.116 de matos, 17.049 de florestas de eucaliptos, 7.211 de floresta de pinheiro bravo, 3.940 de florestas de outros carvalhos e 3.068 de florestas de outras folhosas.
Completam a área ardida, em menor dimensão, culturas temporárias de sequeiro e regadio, vegetação esparsa, agricultura com espaços naturais e seminaturais, florestas de outras resinosas e florestas de espécies invasoras.
No mês de setembro, os grandes incêndios das regiões Norte e Centro do país provocaram nove mortos, mais de 170 feridos e a destruição de dezenas de habitações.
Segundo o sistema europeu de observação terrestre Copernicus, só entre os dias 15 e 20 de setembro arderam em Portugal continental cerca de 135.000 hectares, dos quais mais de 116.000 no Norte e Centro, que assim concentraram a maior parte da área ardida em território nacional.
O Governo prometeu apoios públicos “abundantes” para cobrir prejuízos causados pelos incêndios de setembro, tendo alguns já sido pagos e os restantes serão, segundo o ministro da Coesão Territorial, processados do final deste mês até ao início de 2025.
“Os agricultores que tiveram danos inferiores a 6.000 euros, a maior parte deles já recebeu esse valor até 6.000 euros, mesmo danos não documentados”, disse o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, no dia 07 de novembro, no parlamento.
Segundo o ministro, “95% destes agricultores estarão pagos até ao final deste mês de novembro”, mas “há um processo um bocadinho mais exigente para valores acima de 6.000 euros, que exige documentação, que é mais difícil, mas que muito provavelmente ficará pago logo no início do ano [2025]”.