Futebol. Álvaro Madureira, Diogo Vila, Didi e Ká Semedo destacam a entreajuda da equipa na goleada sofrida em Alvalade
A derrota do Amarante FC diante do Sporting por 6-0 foi assumida como uma inevitabilidade face ao poderio ao excelente momento competitivo do adversário que tem liderado o Liga de Futebol.
“Justiça para a vitória do Sporting. Por mérito do adversário, não conseguimos entrar no jogo em nenhum momento. Houve uma supremacia gritante do Sporting, não foi por não querer, mas por incapacidade. Há uma diferença notória. Tentamos, com as armas que temos, colocar a estratégia em prática”, começou por admitir Álvaro Madureira, treinador do Amarante FC.

“Sabíamos que era importante atrasar o primeiro golo para poder ir atrás, infelizmente não o conseguimos fazer e sofremos um golo cedo. Ao intervalo, falei com os jogadores sobre a forma como queríamos ‘morrer’, se a fechar os olhos e acordar passados 45 minutos ou encarar a segunda parte com brio. As pessoas que nos acompanharam até aqui mereciam atitude competitiva até final e tentámos brindar a massa adepta com um golo. Era esse o objetivo, não foi possível, mas, apesar do resultado expressivo, saímos com dignidade”, disse o treinador do Amarante, Álvaro Madureira, que aponta já ao regresso à Liga 3 e ao jogo com o São João de Ver, a 1 de dezembro (domingo). “O nosso grupo entende que vamos tirar daqui coisas para o futuro”.

Diogo Vila, capitão do Amarante, ao Canal 11:
Leitura do jogo…
“Antes de mais, agradecer a presença dos nossos adeptos. Tentámos dar a nossa vida por eles. Sabíamos e sabemos do poderio do Sporting. Sofremos cedo e isso abalou um bocado a equipa. Depois sofremos o segundo e isso acumulou no nosso desgaste emocional. Depois tentámos assentar o jogo. A 1.ª parte não foi bem conseguida, mas tentámos representar o clube e a cidade. O resultado foi volumoso, temos de levantar a cabeça agora”.
Que pontos positivos há a retirar? O que podemos esperar do Amarante?
“Depois de hoje, os laços ficaram ainda maiores. O resultado não define a nossa amizade e entreajuda. A nossa união ficou ainda mais vincada. Vamos trabalhar para atingir o nosso objetivo no campeonato. Hoje não conseguimos, mas é de louvar as pessoas que vieram aqui de muito longe. Ainda estamos muito emocionados pela presença deles e é isso que podemos reter deste jogo”.
Que memórias ficam do jogo de hoje?
“Com a presença dos nosso adeptos em especial, não há palavras. É um prazer enorme estar aqui com o Amarante. É o meu clube, a cidade onde nasci, e não tenho palavras para descrever a alegria que tenho por ter estado neste estádio tão mítico com o Amarante”.

Didi, guarda-redes do Amarante, à Sport TV
O que leva deste jogo?
“Saímos daqui muito orgulhosos. Conseguimos mostrar a nossa qualidade de alguma forma, mostrámos as nossas ideias. Viemos como uma família e vamos sair como uma família. Sabíamos a dificuldade que era ganhar ao Sporting, era quase impossível. É um nível completamente diferente. Ainda por cima apanhámos o melhor Sporting da história, não tenho dúvidas nenhumas. Mas saímos daqui orgulhosos e de cabeça erguida”.
Que principais diferenças notam na diferença de jogo entre divisões?
“É sem dúvida a técnica individual dos jogadores. Eles fazem parecer fácil, não falham receções nem passes e encontram sempre espaços. Têm outro andamento e é um orgulho termos defrontado o Sporting. Temos de trabalhar para um dia chegarmos a este nível”.

Ka Semedo, ponta-de-lança do Amarante, à Sport TV
Que principais dificuldades sentiu no jogo?
“O Sporting é uma equipa muito forte nas transições e era impossível travá-los. Com este Sporting, a jogar assim, não foi fácil, mas ficamos orgulhosos porque tentámos fazer tudo. Agora é voltar à nossa realidade e trabalhar para domingo estarmos em grande no nosso campeonato”.
O que a equipa leva daqui de Alvalade?
“Levamos o sentimento de orgulho, porque demos a mão uns aos outros e fizemos tudo, mas não foi possível. Agora é trabalhar e preparar o nosso campeonato”.
Retirou muitas dicas de Gyökeres e Harder?
“Com certeza. Claro que aprendemos muita coisa com estes jogadores, é um incentivo muito grande, e tentamos retirar do máximo que eles fizeram. É colocar em prática nos treinos e no próximo domingo fazê-lo no jogo”.

Sobre o jogo, o Sporting não deu hipóteses na receção ao Amarante, na 4ª eliminatória da Taça de Portugal. O Amarante resistiu 9 minutos e 45 segundos até sofrer o primeiro golo de um total de seis. Marcus Edwards a bisar, abriu o marcador, foi um dos destaques do jogo além de outros elementos em bom plano, tais como Trincão, Daniel Bragança (que esteve em três golos do encontro), e Gyökeres, que depois de atirar duas vezes ao poste esquerdo da baliza do Amarante, ainda fez o golo da conta pessoal através de penálti a selar o triunfo. Os verdes e brancos conseguiram assim vencer na estreia de João Pereira como novo treinador.
