ECONOMIA. As portas da Oficina foram encerradas após a tramitação judicial de uma ação de despejo intentada com êxito pelo novo proprietário do edifício onde estava instalada a velha garagem de bicicletas e motociclos.
O Centro Ciclista Amarantino encerrou de vez devido a uma ação de despejo. A oficina funcionava desde os anos cinquenta do Séc. XX, no número 147, do Largo Conselheiro António Cândido, no Arquinho, da zona histórica da cidade de Amarante.
“É com emoção que fechamos de vez as portas”, admitiu, ao TTV, Adriano Basto, filho de Fernando Ribeiro Teixeira, fundador da oficina, falecido há mais de vinte anos.
Os titulares da Oficina –Adriano e Orlando Basto Teixeira, filhos do fundador- nos últimos dois anos, ainda tentaram opor-se à ação de despejo, porém a sentença acabaria por transitar em julgado. O tribunal ordenou a entrega da chave, aos novos titulares do prédio, até 31 de dezembro de 2024.
“Não temos alternativa. Primeiro por as rendas serem proibitivas, muito caras para a rentabilidade do negócio e por outro, não existe, na cidade, um espaço que se coadune com este tipo de atividade”, explica Adriano Basto.
Reabrir o negócio fora da cidade “não é opção para nós”, consideram os manos Basto.
Desde o início dos anos 2000 que a Oficina era gerida pelos dois irmãos, ambos professores do ensino secundário, na Escola Secundária de Amarante. O Adriano dá aulas de português e o Orlando de geografia. Os manos Basto Teixeira, sem medo de sujarem as mãos no óleo queimado dos motores, revezavam-se no trabalho mecânico de assistência a bicicletas e motociclos. A destreza na mecânica foi-lhes transmitida pelo progenitor, Fernando Ribeiro Teixeira. “Aprendemos o ofício com ele. Com a morte do nosso pai, assumimos o negócio no sentido de darmos algum alento à nossa mãe”, Emília Silva Basto.
Adriano Basto conta que foi “nesta oficina que a mãe, com 16 anos, a conheceu o pai. Há toda uma ligação afetiva que fazia sobreviver o negócio”.
Agora, os manos vão-se dedicar em exclusivo ao ensino, sem as mãos sujas pelo óleo das correntes das bicicletas e dos motores dos motociclos.
O TTV procurou saber que destino será dado o espaço da antiga oficina, porém não foi possível entrar em contacto com o dono do prédio, um emigrante. Na cidade admite-se que o edifício possa ser requalificado para alojamento e comércio.