TRANSPORTES. A Infraestruturas de Portugal (IP) contratou por 110 milhões de euros o projeto de execução da eletrificação da Linha do Douro entre Marco de Canaveses e Peso da Régua.
De acordo com um contrato publicado no portal de contratação pública Base no início da semana, e assinado em novembro do ano passado, a IP contratou ao consórcio das empresas de construção civil Casais e Somafel a execução da empreitada, por 110,7 milhões de euros.

Em causa está a eletrificação da Linha do Douro entre Marco de Canaveses (distrito do Porto) e Peso da Régua (distrito de Vila Real).
A IP lançou o concurso público de 118 milhões de euros da eletrificação Marco – Régua em junho de 2023, e prorrogou os prazos de submissão de propostas várias vezes: em setembro desse ano prorrogou o prazo por mais um mês e depois por mais 120 dias.
A eletrificação da Linha do Douro está atualmente concluída Marco de Canaveses.
Em setembro de 2023, o antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, previa que a obra de eletrificação da Linha do Douro, entre Marco de Canaveses e Peso da Régua, se iniciasse ainda durante 2024 e ficasse concluída em 2027.
Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal, acolheu a notícia “com muita satisfação. Inaugurámos, recentemente, a qualificação da EN 304-3, e arrancarão, por estes dias, a primeira fase da ligação de Baião à Ponte da Ermida, bem como a ligação entre Quintã e Mesquinhata. A Eletrificação da Linha do Douro até à Régua era a obra que estava a faltar, representando um marco importante para Baião e para a região”, referiu.
“Não sendo da nossa competência direta, todos sabem das muitas diligências e da pressão que fizemos junto de vários governantes e outras entidades para que estas obras se concretizassem. Houve muita gente que não acreditava que fosse possível e que era apenas propaganda. Mas nós nunca desistimos”, afirmou.
O autarca considera que a eletrificação da linha é “fundamental para melhorar a mobilidade, o conforto, a segurança e a qualidade de vida das populações, bem como para reforçar a atratividade e o desenvolvimento económico de Baião”.
A intervenção prevê a eletrificação integral do troço, com cerca de 47 quilómetros, a instalação do sistema de retorno de corrente de tração, terras e proteções (RCT+TP) e a execução de trabalhos acessórios para garantir as condições de eletrificação, nomeadamente a adequação/modernização dos `layouts` (disposição das linhas) das estações, com substituição de material de via.
Inclui também o alteamento ou relocalização das plataformas de passageiros das estações e apeadeiros, o rebaixamento da plataforma dos túneis e a reabilitação/reforço pontual das estruturas e do revestimento e tratamento e reformulação do sistema de drenagem.
Ao nível das estações e apeadeiros, a IP já adiantou que serão considerados cais de passageiros com 150 metros de comprimento e 0.76 metros de altura.
No caso particular da Estação da Régua está previsto um cais com 200 metros de comprimento, possibilitando a utilização para o serviço intercidades.
Estão ainda previstas intervenções em seis túneis existentes no troço (Juncal, Riboura, Loureiro, Má Passada, Santinho e Régua) e trabalhos de estabilização de um total de 40 taludes existentes ao longo do troço.
Em curso estão também os estudos e projetos necessários à eletrificação e modernização das infraestruturas do subtroço Régua/Pocinho.
Em 2024 avançou também o contrato para a elaboração do estudo prévio e projeto de execução para a reabilitação e reabertura do troço Pocinho/Barca D`Alva.
A Linha Ferroviária do Douro atualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos que é defendida a eletrificação da via, bem como a reabertura do troço entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d`Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), desativado em 1988.
(Notícia atualizada em 21 jan, com posição do autarca de Baião)