CULTURA. O Solar dos Magalhães, em Amarante, histórico edifício incendiado pelas tropas napoleónicas durante as Invasões Francesas, entrou numa nova era com a inauguração, esta sexta-feira, das suas obras de requalificação assinadas pelo arquiteto Siza Vieira.
A requalificação, qual fénix a renascer das cinzas, representa um investimento de cerca de três milhões de euros, financiado pelo NORTE2020, através do Plano de Ação para a Reabilitação Urbana (PARU).

A cerimónia protocolar contou com a presença de diversas personalidades, incluindo Rosário Machado, diretora do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, e José Luís Gaspar, presidente da Câmara Municipal de Amarante.
Rosário Machado destacou a importância do Solar dos Magalhães como símbolo de resistência e identidade para os amarantinos. “É um lugar que a comunidade sempre definiu como ponto central da sua memória. Uma ruína especial que representa um tempo histórico que mudou a cidade e que se assume como sinal de resistência e património vivo”, afirmou. Sublinhou ainda o papel do arquiteto Álvaro Siza Vieira na intervenção, evidenciando a sua sensibilidade ao respeitar a história do local enquanto adicionava uma nova ala que valoriza a sua centralidade na cidade.

Por sua vez, José Luís Gaspar enalteceu o contributo da obra para a preservação e dinamização cultural da cidade. “A requalificação do Solar dos Magalhães é um marco na preservação do património e da identidade histórica do concelho. Estamos a devolver à cidade um espaço que simboliza a resistência e a memória do povo amarantino. Este edifício, que foi palco de um dos episódios mais marcantes da nossa história, passa agora a ser um guardião da nossa identidade coletiva”, afirmou.

A inauguração da obra de requalificação do edifício antecede o lançamento de um novo concurso de mais de um milhão de euros, que dará lugar ao Museu da Identidade e Memória de Amarante (MIMAR), um projeto essencial para preservar e contar a rica história da cidade”, declarou. O autarca também destacou a exposição de Amadeo de Souza-Cardoso, que será acolhida no Solar dos Magalhães durante os próximos meses, aproveitando o encerramento temporário do Museu Amadeo Souza-Cardoso para obras de climatização.

A cerimónia serviu ainda para reforçar o compromisso da autarquia com a requalificação urbana, destacando futuros projetos como a nova entrada de Amarante, a remodelação da Estação de Amarante e a recuperação da zona de Santa Luzia. “Queremos devolver a cidade às pessoas, respeitando o património e promovendo o seu valor cultural e turístico”, reforçou o presidente da câmara.
A requalificação do Solar dos Magalhães “não só honra o passado da cidade como também abre caminho para um futuro onde a memória, a identidade e a cultura continuam a ser pilares fundamentais de Amarante”, acrescentou José Luís Gaspar que terá inaugurado a última obra enquanto autarca.