POLÍTICA. A renúncia de José Luís Gaspar marca, assim, o fim de um ciclo de 12 anos de liderança municipal, deixando um legado que, segundo ele, será continuado pela nova equipa.
O presidente da Câmara Municipal de Amarante, José Luís Gaspar, anunciou esta sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025, que irá renunciar ao cargo para assumir a presidência do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa (ULS-Tâmega e Sousa). A sua renúncia será formalizada no domingo, durante uma reunião extraordinária do executivo camarário, e a nova função será assumida a partir de segunda-feira.

Na conferência de imprensa, Gaspar descreveu a decisão como “extremamente difícil”, mas destacou que a vê como “uma oportunidade para continuar a servir a comunidade numa área essencial”. Assegurou ainda que a continuidade do projeto municipal está garantida com Jorge Ricardo, atual vice-presidente da Câmara, que assumirá a liderança do executivo.
O autarca rejeitou as críticas que relacionam a sua nomeação com influências partidárias, sublinhando a sua experiência em gestão tanto no setor privado como na administração pública. “Aceitei este desafio porque acredito que posso fazer a diferença na melhoria dos serviços de saúde prestados a mais de 500 mil portugueses”, afirmou.

Balanço do mandato autárquico
Durante a sua intervenção, Gaspar fez um balanço dos seus 12 anos à frente da Câmara de Amarante, salientando os principais investimentos e projetos concretizados desde 2013. Entre as realizações destacadas estão a requalificação de infraestruturas, a captação de investimento privado, a melhoria das acessibilidades e o desenvolvimento de iniciativas ambientais e culturais.
“Foi nosso compromisso resolver problemas antigos, devolver o rio à cidade, aproveitar fundos comunitários e tornar Amarante uma referência no turismo e na sustentabilidade”, enfatizou o ainda presidente.
Desafios na ULS-Tâmega e Sousa
Sobre a nova função na ULS-Tâmega e Sousa, Gaspar apontou a melhoria dos serviços de saúde e a gestão eficiente dos recursos como prioridades, embora tenha indicado que só após assumir o cargo poderá detalhar melhor os desafios.
Quando questionado sobre a sua posição crítica em relação à gestão do Hospital S. Gonçalo, em Amarante, reiterou que mantém a sua opinião e que, juntamente com a equipa administrativa da ULS, abordará o assunto em momento oportuno.
Desde a sua inauguração em 2012, o Hospital S. Gonçalo tem sido alvo de críticas por parte da população de Amarante, que esperava um serviço mais abrangente. A falta de recursos tem levado à centralização da operacionalidade no Hospital de Penafiel, enquanto a unidade de Amarante permanece com serviços limitados, incluindo apenas uma urgência básica. Com a chegada de Gaspar à presidência da ULS, há grande expetativa sobre possíveis mudanças.

Continuidade do projeto municipal
Com a saída de Gaspar, Jorge Ricardo assumirá a liderança da Câmara de Amarante, garantindo a continuidade do projeto político iniciado em 2013. “Tenho total confiança de que Jorge Ricardo continuará o trabalho desenvolvido e manterá Amarante no caminho do progresso”, assegurou Gaspar.
Instado a comentar a nova responsabilidade, Jorge Ricardo afirmou estar preparado para o desafio. “Se não estivesse preparado, não estaria aqui”, declarou.