TRAVESSIA. A histórica Ponte da Arame, construída entre 1926 e 1927, no lugar de Lourido, sobre o rio Tâmega, voltou a ganhar vida com a sua reabilitação e foi oficialmente inaugurada este sábado, 1 de março.
A Ponte de Arame, que liga os concelhos de Amarante e Celorico de Basto, foi restaurada através de um projeto que respeitou a sua essência original, reforçando a segurança e garantindo a sua perenidade.
A inauguração contou com a presença da população e de autarcas locais, que, após uma caminhada com partida na Igreja de Rebordelo, em Amarante, e na Estação de Lourido, em Celorico de Basto, participaram na cerimónia de descerramento da placa comemorativa e assistiram a um momento musical.
Para José Peixoto Lima, presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, a reabilitação da ponte representa a reaproximação das comunidades de Lourido e Rebordelo, historicamente ligadas. “Com a construção da linha de caminho de ferro em 1932, o fluxo entre estas aldeias aumentou, mas com o seu encerramento e o projeto da barragem de Fridão, a ponte ficou ameaçada de desaparecimento”, recordou. Com a não concretização da barragem, as autarquias e a Associação de Municípios de Douro e Tâmega uniram esforços para a sua recuperação, devolvendo-lhe a importância na ligação das comunidades.
O autarca destacou ainda o potencial turístico da ponte, sublinhando que é “um ponto singular no país, cujo enquadramento paisagístico atrai visitantes”. Contudo, alertou para a necessidade de preservar o local, mantendo os acessos organizados e limpos, garantindo a segurança e o aproveitamento económico para as comunidades locais.
Jorge Ricardo, presidente da Câmara Municipal de Amarante, partilhou o entusiasmo, considerando a reabilitação um contributo essencial para o turismo de natureza na região. Reconheceu, no entanto, que ainda há desafios, nomeadamente na melhoria dos acessos, uma responsabilidade partilhada entre os dois municípios.
As obras de reabilitação, iniciadas em 2022 e concluídas no final de 2024, representaram um investimento de aproximadamente 325 mil euros, financiado pelo programa Norte 2020. O projeto, desenvolvido em colaboração com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, preservou a estrutura original e introduziu melhorias essenciais, reforçando a segurança da ponte.
Os autarcas destacaram que a nova Ponte da Arame é um exemplo de como é possível conjugar modernidade e segurança sem apagar as memórias que a tornam especial, garantindo assim a continuidade da sua história e da sua relevância para as comunidades locais e para o turismo da região.