TRABALHO. Os trabalhadores protestam contra os salários em atraso e a falta de cumprimento dos seus direitos laborais.
A fábrica de confecção têxtil Zenaide, localizada em Penafiel, enfrenta uma paralisação laboral desde a manhã desta segunda-feira, 3 de março.

A greve conta com a adesão de 86 funcionárias que, desde o início do ano, entregaram cartas de suspensão de emprego, reivindicando soluções urgentes para a sua situação.
Uma das funcionárias presentes na manifestação destacou que, em 25 anos de funcionamento, a fábrica nunca enfrentou atrasos salariais. No entanto, desde 2023, os problemas financeiros tornaram-se recorrentes. Os primeiros indícios de instabilidade surgiram ainda com o antigo proprietário, que deixou por pagar os subsídios de Natal de 2023 e de agosto de 2024. Com a venda da empresa a um novo proprietário, as esperanças de melhorias foram frustradas. “Apareceu poucas vezes, fez promessas, mas nada foi cumprido”, relata uma funcionária.
Além dos salários pendentes, os trabalhadores também se queixam da falta de resposta da administração sobre a documentação necessária para recorrer ao Fundo de Desemprego. “Esperávamos que, no final do contrato, nos pagassem ou, pelo menos, nos dessem os documentos para pedir o subsídio, mas isso não aconteceu”, afirma uma manifestante.
O movimento grevista pretende alertar a sociedade para a precarização do setor têxtil e pressionar as autoridades a tomarem medidas. “Não somos os únicos nesta situação. Muitas empresas do setor enfrentam os mesmos problemas, e isso precisa ser discutido”, conclui uma das manifestantes.