MOBILIDADE. A petição liderada pela presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, Cristina Vieira, para exigir ao Governo a construção de uma nova ponte sobre o rio Tâmega gerou acesa discussão na reunião do Executivo Municipal desta sexta-feira. O vereador independente, Mário Bruno Magalhães, criticou a iniciativa, classificando-a como “uma artimanha em ano de eleições” e apontando falhas na proposta apresentada.
Mário Bruno Magalhães destacou que Cristina Vieira, sendo próxima de Pedro Nuno Santos, não aproveitou a oportunidade de resolver o problema enquanto o atual Secretário-Geral do PS liderava o Ministério das Infraestruturas.

O vereador apontou que a solução proposta – ligar a nova ponte à Variante da EN211 – é um “erro colossal”, defendendo, em contrapartida, uma ligação direta à A4, nas portagens de Vila Caiz (Amarante), facilitando o acesso e evitando congestionamentos na malha urbana do Marco de Canaveses. “Construir uma nova ponte e colocá-la a desaguar na variante é o maior erro que se pode ter”, alertou.
A petição, que tem na autarca a primeira subscritora também conta com o apoio dos presidentes das Câmaras Municipais de Baião, Cinfães e Resende. “A petição é um instrumento legítimo de reivindicação”, respondeu Cristina Vieira, garantindo que não se trata de uma reação à recente queda do Governo. “Se, entretanto, o Governo caiu, estamos a abordar o processo com serenidade. Um novo Governo será eleito e a Câmara Municipal do Marco voltará a Lisboa para continuar a reivindicar esta infraestrutura essencial”, assegurou a autarca socialista.
Um outro motivo de discórdia esteve relacionado com o projeto do viaduto na EN211. Trata-se de uma outra reivindicação antiga, já negociada com as Infraestruturas de Portugal, mas continua sem avanços concretos.
Confrontada com a questão a autarca esclareceu que a câmara assumiu responsabilidades na execução do projeto para acelerar o processo e que, neste momento, aguarda apenas o lançamento da obra pelo Governo. “A revisão do projeto só ficou concluída em dezembro de 2023 e a auditoria de segurança em janeiro de 2024. A versão final do projeto foi consolidada em setembro de 2024. Neste momento, estamos apenas a aguardar que o Governo lance a obra”, afirmou Cristina Vieira