DESPORTO. O domínio de Kris Meeke no Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) 2025 continua a fazer-se sentir com autoridade. O piloto da Irlanda do Norte, navegado por Stuart Loudon e a competir no nacional português ao volante de um Toyota GR Yaris Rally2, alcançou a terceira vitória em outras tantas provas disputadas — desta vez no Rali Terras D’Aboboreira, que percorreu os concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses. As anteriores vitórias aconteceram no Rali Serras de Fafe, Felgueiras, Boticas e Cabeceiras de Basto, e no Rali Casinos do Algarve.
O irlandês Kris Meeke voltou a não dar hipóteses à concorrência, impondo-se em seis das dez especiais do rali organizado pelo Clube Automóvel de Amarante, evento que também contou para o FIA European Rally Trophy.
Ainda assim, a vitória não foi isenta de sobressaltos. Na Power Stage final, Meeke protagonizou um pião logo nos primeiros metros, permitindo que Dani Sordo — o espanhol que também está a disputar o CPR — assumisse momentaneamente a liderança virtual. No entanto, um furo na roda traseira esquerda do Hyundai i20 N Rally2 comprometeu o esforço do espanhol, permitindo ao britânico recuperar o tempo perdido e reforçar a sua vantagem final para 27,6 segundos.
“É especial vencer pela terceira vez este ano em Portugal. Apanhei um susto no início desta última classificativa, mas consegui recuperar, apesar das difíceis condições”, revelou Meeke, visivelmente aliviado. Já Dani Sordo lamentou o azar: “Foi uma boa batalha com o Kris, mas o furo nesta última especial fez-me perder muito tempo”.
Armindo Araújo em destaque
Armindo Araújo, acompanhado por Luís Ramalho, terminou o rali ao ataque. O piloto de Santo Tirso entrou na Power Stage em modo “tudo ou nada” e cumpriu ambos os objetivos: garantiu os três pontos da vitória nessa especial e subiu ao último lugar do pódio. O feito teve ainda mais brilho por ter sido o melhor piloto português em prova.
“Fizemos um rali muito bom. Estivemos sempre numa luta animada pelo pódio e decidimos arriscar tudo na derradeira classificativa”, sublinhou o piloto do Skoda Fabia RS Rally2.
O top 5 ficou completo com Roope Korhonen e Jan Solans, sendo que este último beneficiou da desistência da dupla francesa Rossel/Dunand na ligação final. Mais atrás, destacaram-se ainda Rúben Rodrigues, Ricardo Teodósio, José Pedro Fontes (3.º na Power Stage), Ernesto Cunha e Eamonn Kelly, que completou o top 10 com um brilhante desempenho ao volante do Ford Fiesta Rally3.
Muitos troféus em disputa
A diversidade competitiva do Rali Terras D’Aboboreira ficou patente nas várias competições que também tiveram lugar. Eamonn Kelly triunfou no European Rally Trophy Junior; Kerem Kazaz foi o melhor no Past Rally3 Trophy Iberia; Danny Carreira venceu no CPR Junior; Adruzilo Lopes dominou o Campeonato Promo de Ralis; Ricardo Sousa foi duplamente vitorioso na Peugeot Rally Cup Ibérica e Portugal; Filipe Madureira ganhou a Taça de Clássicos e Paulo Neto impôs-se no Portugal Masters.
Destaque ainda para o emocionante desfecho no Campeonato de Portugal 2RM, onde Ricardo Sousa e Luís Marques venceram num final impróprio para cardíacos, batendo Henrique Moniz por apenas 3,3 segundos, após a desistência de Guilherme Meireles e o despiste de Hélder Miranda.
Classificação final do Rali Terras D’Aboboreira:
1.º Kris Meeke/Loudon (Toyota), 1h21m02.6s
2.º Dani Sordo/Sáiz Ruiloba (Hyundai), +27.6s
3.º Armindo Araújo/Ramalho (Skoda), +1m59.8s
4.º Roope Korhonen/Viinikka (Toyota), +2m07.6s
5.º Jan Solans/Sanjuan (Toyota), +2m45.6s
6.º Rúben Rodrigues/Raimundo (Toyota), +3m20.2s
7.º Ricardo Teodósio/Teixeira (Toyota), +3m26.1s
8.º José Pedro Fontes/Ponte (Citroën), +3m37.6s
9.º Ernesto Cunha/Cardoso (Skoda), +5m20.5s
10.º Eamonn Kelly/Mohan (Ford), +6m10.0s
