AMBIENTE. A iniciativa reuniu especialistas e entidades parceiras de Portugal e Espanha para debater estratégias de gestão sustentável das zonas agroflorestais e a proteção dos aglomerados rurais.
A Associação de Municípios do Douro e Tâmega (AMDT) participou na jornada técnica do projeto transfronteiriço PAISACTIVO: Paisagens corta-fogos – ativação das zonas rurais para um território resiliente, promovida pelo Município de Baião no MACC – Mosteiro de Ancede.

O PAISACTIVO é um projeto Interreg que visa aumentar a resiliência do território face ao risco de incêndio, promovendo a sustentabilidade das áreas rurais. Entre as ações previstas, destacam-se dois projetos-piloto, um na aldeia de Almofrela, em Baião, e outro na aldeia galega de Infesta, que servirão como modelos de intervenção para a gestão do território.
A jornada técnica contou com a participação de representantes de diversas entidades parceiras, incluindo a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, a Fundação Juana de Vega, a Universidade de Santiago de Compostela, a Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a Direção-Geral do Território, além de especialistas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e da Associação BIOPOLIS. Técnicos da Câmara Municipal de Baião e da AMDT também estiveram presentes.

Durante o evento, os participantes assistiram a uma apresentação conduzida por João Honrado, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e investigador no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos. A exposição abordou a criação da Paisagem Protegida Regional da Serra da Aboboreira, a sua caracterização, património natural e cultural, bem como a resiliência do ecossistema aos incêndios florestais de setembro de 2024 e os impactos das alterações climáticas na região.
O projeto PAISACTIVO prevê um investimento de cerca de 400 mil euros, com foco na preservação e dinamização da Aldeia de Almofrela, localizada na Serra da Aboboreira. “As ações incluem medidas de resiliência contra incêndios florestais, intervenções infraestruturais para requalificação e embelezamento e iniciativas para fortalecer o sentimento de pertença da comunidade local”, explica fonte da AMDT.

A jornada técnica “reforçou a importância da cooperação entre entidades portuguesas e espanholas na implementação de estratégias inovadoras para a gestão sustentável do território, promovendo um ambiente mais seguro e resiliente para as populações rurais”, acrescenta a fonte.
ALDEIA DE ALMOFRELA*
Na encosta da serra da Aboboreira, a uma altitude de cerca de 750 metros, fica Almofrela, aldeia da freguesia de Campelo, no concelho de Baião. Por entre um belo mosaico agrícola de prados e campos, pontuados por árvores e flores, espreita um pequeno aglomerado de casas de arquitetura tradicional, eiras, espigueiros e levadas. Mas como é normal neste tipo de aldeias de montanha, a gastronomia, as festas e romarias e as suas gentes são os principais pontos de interesse para quem visita Almofrela. E no que aos sabores diz respeito, seja verão ou inverno, a Tasquinha do Fumo é ponto de paragem obrigatória.
Antiga tasca recuperada e transformada em restaurante, deve o seu sucesso à qualidade dos seus pratos típicos, confecionados com ingredientes da terra e da forma tradicional. Delicie-se com o bazulaque e o anho assado com arroz de forno ou recoste-se numa espreguiçadeira junto à lareira enquanto saboreia uma broa de mistura acabada de sair do forno de lenha ou o paladar único de um café feito numa cafeteira de barro. Não deixe de visitar a capela de São Brás dos Bugalhos, um templo simples e caiado de branco no centro da aldeia onde, no primeiro fim de semana de fevereiro, tem lugar a Festa de São Brás.
Na aldeia existe um pequeno albergue, no edifício da antiga escola primária, adaptada para acolher alguns dos muitos turistas e montanhistas que por ali vão passando. É que Almofrela está incluída no percurso pedestre denominado “Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago”, um percurso de 15 quilómetros que todos os anos leva à aldeia milhares de caminhantes, interessados na ruralidade, nas tradições, na fauna, flora e geologia da Abororeira. Saiba ainda que, nas imediações da povoação, num raio de cinco quilómetros, merece visita atenta o Campo Arqueológico da Serra da Aboboreira e o seu importante conjunto de monumentos megalíticos, dos quais se destaca o monumento Nacional Chã de Parada. Uma lição de História ao ar livre!
*Aldeias de Portugal