PATRIMÓNIO. A Câmara Municipal de Baião vai avançar com a reabilitação e refuncionalização da antiga Escola Primária de Santa Leocádia, situada na União das Freguesias de Santa Leocádia e Mesquinhata. O investimento municipal previsto ascende a cerca de 706 mil euros.

Localizado sobre uma plataforma com vistas privilegiadas sobre o rio Douro, o edifício possui elevado valor patrimonial e simbólico. Construído ao abrigo de uma campanha de ampliação da rede escolar promovida pelo Estado Novo em 1932, é herdeiro do modelo arquitetónico do final do século XIX. Entre os seus elementos distintivos contam-se o painel de azulejos à entrada, carpintarias elaboradas e uma cornija em fingido de granito.
Intervenção respeitadora da traça original
O projeto de reabilitação prevê uma intervenção pouco intrusiva, respeitando as técnicas construtivas originais e o valor histórico do edifício. A empreitada inclui a consolidação estrutural, melhoria da cobertura e reutilização de materiais existentes. O objetivo é assegurar a preservação do património, aliando conforto e funcionalidade.

O edifício será transformado num espaço polivalente para acolhimento de eventos culturais, sociais e comunitários. As duas salas do piso térreo serão unidas, criando uma área ampla e versátil. No piso inferior, serão instaladas zonas de apoio, como sanitários, arrumos, copa e um deck exterior para atividades ao ar livre.
O andar superior manterá os dois apartamentos existentes, agora requalificados com melhores condições de habitabilidade, incluindo salas ampliadas, cozinhas e instalações sanitários interiores. As varandas e terraços irão permitir usufruir da paisagem sobre o Douro, reforçando o caráter excecional do imóvel.

Está ainda em estudo uma possível parceria com a Junta de Freguesia e com o Centro de Convívio e Apoio à Juventude e Idosos (CECAJUVI), com vista à dinamização do espaço.
Um marco de identidade local
Para o presidente da autarquia, Paulo Pereira, esta intervenção “representa muito mais do que a recuperação de um edifício. Trata-se de devolver à população um espaço de memória coletiva, criar condições para atividades culturais e sociais, e valorizar o património histórico e arquitetónico do concelho”.
Luís Pereira, presidente da União das Freguesias, destacou também a relevância do projeto, considerando que a obra permitirá “preservar uma referência do passado e criar um novo espaço ao serviço de toda a comunidade”.