MIMO fecha 6.ª edição com futuro incerto

Como na boa gastronomia, há experiências que “nunca desiludem”. É assim que o público descreve o MIMO Amarante, que termina este domingo a sua 6.ª edição com o selo de qualidade artística que já é marca do festival.

Apesar do sucesso, o regresso em 2026 permanece incerto, devido ao calendário eleitoral das próximas autárquicas — um fator que recomenda “prudência”, segundo o atual presidente da Câmara, Jorge Ricardo, recandidato ao cargo. Também Américo Paulo Ribeiro, seu principal adversário político, tem sido presença habitual entre os espetadores do festival. A autarquia é a principal patrocinadora do MIMO.

No sábado à noite, o multi-instrumentista norte-americano Chief Adjuah (antigo Christian Scott) foi o grande protagonista do festival, num concerto de forte intensidade emocional, improvisação arrojada e fusão de linguagens musicais. De flauta à guitarra, dos ritmos africanos ao jazz contemporâneo, o espetáculo do trompetista de New Orleans  foi também um momento de celebração entre os músicos em palco.

Entre temas, Chief Adjuah destacou a história e talento dos membros da sua banda. O guitarrista Andrew Renfroe, natural da Florida, foi apresentado com humor: “Cresceu entre ruínas e gatos. Toca tão bem que é preciso chamar a segurança para o tirar da cabeça das pessoas.” O baterista Corey Fonville, da banda Butcher Brown, foi descrito como “uma jovem lenda da percussão”. Sobre Elena Pinderhughes, na flauta, deixou elogios rasgados: “Ela vai mudar a música. Sem contratos, sem editoras. Só coração.”

Antes de “Songs She’s Never Heard”, o artista evocou uma memória pessoal de juventude, afirmando que essa recordação inspirou a canção, dedicada a amores impossíveis que nascem em lugares distantes.

O concerto encerrou com “The West of the West”, num momento de emoção coletiva. Chief Adjuah convidou depois o público a encontrá-lo junto ao palco, para conversar e tirar fotos.

Acompanhado por Renfroe, Pinderhughes, Max Muhal (baixo) e Fonville, o músico assinou outra das atuações mais impactantes do festival.

Antes já tinha passado pelo palco o também norte-americano José James com o seu jazz contemporâneo e hip hop que aqueceu e de que maneira o público. Nos solos instrumentistas James sacava do telemóvel para os filmar e depois publicar nas redes sociais.

Aja Monet e Jéssica Gaspar Daddy G (Massive Attack) — foram os  outros três artistas que ajudaram na travessia da noite de sábado para a madrugada de domingo.

Domingo, o último dia do MIMO´25 leva Amarante numa viagem musical do Brasil à África Ocidental, com atuações de Natascha Falcão, Carlos Malta & Pife Muderno, da gambiana Sona Jobarteh, do cubano Roberto Fonseca, e, para encerrar, as batidas globais debitadas pela mão do DJ Farofa, um brasileiro radicado no Porto.

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