SNS. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou uma greve nacional para o dia 24 de outubro, após o Ministério da Saúde, liderado por Ana Paula Martins, recusar negociar novas condições de trabalho para os profissionais do setor. A paralisação abrangerá todo o território continental e as regiões autónomas.
Durante a reunião desta quinta-feira, que deveria marcar o início de uma “negociação coletiva no âmbito da carreira médica”, a FNAM acusa o Ministério de apresentar medidas já decididas, sem espaço para diálogo. Entre as propostas contestadas está a concentração dos serviços de urgência a nível regional, medida que, segundo a Federação, poderá deixar grávidas e recém-nascidos sem cuidados de proximidade, especialmente em zonas como a Margem Sul.
A FNAM alerta ainda que uma “urgência regional” não é equivalente a uma “urgência metropolitana”, sublinhando que, fora da Área Metropolitana do Porto, os hospitais ficam a dezenas de quilómetros de distância, o que agravará as dificuldades de acesso da população aos cuidados de saúde.
A Federação critica também a falta de transparência sobre os documentos relativos aos “centros de elevado desempenho” na área da obstetrícia e aos novos modelos de prestação de serviços, bem como a ausência de propostas concretas sobre salários e condições de trabalho dignas para fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A FNAM reafirma que continuará a defender os médicos e lembra que as Entidades Públicas Empresariais da Saúde (EPE) terão de retomar as negociações no próximo dia 20 de outubro, numa reunião mediada pela DGERT, no Porto.
A greve de 24 de outubro é, segundo a Federação, uma resposta à “atitude de bloqueio e desrespeito” do Governo, e pretende exigir uma negociação séria que coloque “a saúde das pessoas acima de quaisquer cálculos políticos ou financeiros”.
