INTERNET. Os perigos online continuam a crescer, e vão muito além do contacto com conteúdos para adultos. Relatório internacional refere que há plataformas a recomendar conteúdos sexuais aos menores. Peritos alertam para a necessidade de maior controlo parental, mas também que é necessário sensibilizar os mais novos para os comportamentos online
A Comissão Europeia apresentou este ano uma proposta legislativa para proibir o acesso de menores de 15 anos às redes sociais, numa iniciativa liderada por França, com o objetivo de evitar a exposição precoce a conteúdos impróprios. No entanto, estudos recentes mostram que os jovens continuam facilmente a contornar restrições etárias e a aceder a plataformas digitais sem supervisão adequada.

Uma investigação da Global Witness revelou que perfis falsos criados por investigadores receberam automaticamente conteúdos pornográficos, mesmo quando configurados com o modo “restrito” ativado e sem histórico de navegação. A criação destas contas é simples, bastando introduzir uma idade falsa para ultrapassar o limite mínimo de 13 anos imposto pelas plataformas.
A crescente precocidade no acesso a telemóveis e a falta de controlo parental têm contribuído para uma utilização inapropriada da internet entre os menores. Além de conteúdos pornográficos, outros perigos incluem sites de apostas, violência, cyberbullying, e exposição a ideologias radicais.
Especialistas alertam que esta exposição ocorre numa fase crítica do desenvolvimento infantil, podendo gerar problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e baixa autoestima, bem como comportamentos influenciados por fake news e extremismo digital.
Segundo Jorge Álvarez, especialista em mediação cibernética, é necessário “educar para uma literacia digital mais forte” e adotar medidas de proteção além da proibição de equipamentos. Álvarez defende o uso de relógios inteligentes como alternativa mais segura aos telemóveis, uma vez que estes permitem controlo parental direto e limitam o acesso a conteúdos impróprios.
Com a introdução da Inteligência Artificial, novos riscos surgem, incluindo interações inapropriadas entre menores e chatbots, o que levanta questões éticas e de segurança digital. Os especialistas reforçam a necessidade de supervisão contínua e regulamentação mais eficaz para proteger os menores num ambiente online cada vez mais complexo.




