Ana Raquel Azevedo: “Tudo é impossível, até acontecer”

Baião viveu um momento histórico com a tomada de posse de Ana Raquel Azevedo, a nova Presidente da Câmara Municipal e a primeira mulher nascida em democracia a assumir o cargo. Aos 33 anos, a jovem social-democrata liderou a coligação “Fazer Acontecer” (PSD/CDS), conquistando uma vitória expressiva que pôs fim a 20 anos de governação socialista.

No seu discurso, marcado por humildade, firmeza e espírito democrático, Ana Raquel Azevedo evocou o simbolismo do momento: “Este dia ficará eternizado na minha memória como o maior da minha participação cívica e política”. Reconheceu o contributo de todos quantos participaram no processo eleitoral, enaltecendo a coragem e o compromisso de quem se apresentou ao serviço público “num tempo de descrédito generalizado da política”.

Respeito pelas instituições e compromisso com Baião

A nova autarca destacou o caráter efémero do poder político, lembrando que “a Câmara Municipal não é uma casa com dono, mas um espaço comum de trabalho, respeito e diálogo plural”. Deixou uma mensagem de unidade e cooperação, sublinhando que o futuro do concelho “não se fará com muros, mas com pontes”.

Apesar da maioria absoluta alcançada, Ana Raquel Azevedo garantiu que o seu mandato será pautado pela abertura ao diálogo com todos os eleitos, apelando a uma postura “aberta, construtiva e elegante” por parte da oposição. À Assembleia Municipal e às Juntas de Freguesia, reforçou o compromisso de “lealdade institucional” e cooperação estreita, em respeito à vontade plural expressa nas urnas.

Um projeto de desenvolvimento assente em três eixos

No plano de governação, a nova presidente delineou três prioridades estratégicas: economia e emprego, habitação e coesão social e intergeracional.

Entre as medidas imediatas, destacou a criação da Equipa “Baião Atrai”, destinada a mapear potencialidades e oportunidades para captar investimento e fixar pessoas e empresas no concelho. “Será esta capacidade de atrair e fixar que permitirá evitar a erosão demográfica e o esvaziamento do território”, afirmou.

No domínio da habitação, reconheceu a urgência de responder à “emergência demográfica” de Baião, prometendo uma autarquia “proativa, ao serviço das pessoas e não o contrário”.

Quanto à coesão social, reforçou a importância de cuidar dos mais velhos, “porque cuidar é a melhor forma de honrar quem cuidou de nós”. Comprometeu-se ainda a canalizar recursos prioritariamente para políticas de dignidade humana, mesmo que isso implique abdicar de investimentos em atividades lúdicas.

Respeito pelo passado, olhos postos no futuro

Num gesto de reconhecimento, Ana Raquel Azevedo homenageou todos os antigos presidentes da Câmara, em especial Emília Silva, a primeira mulher a ocupar o cargo, e Paulo Pereira, seu antecessor. Sublinhou que “a divergência política não apaga a consideração institucional”, comprometendo-se a dar continuidade aos projetos com impacto positivo para o concelho.

A encerrar o discurso, reafirmou a sua visão de serviço público e proximidade: “A partir de hoje deixo de ser a candidata do PSD e do CDS e passo a ser a Presidente de todos, todos, todos os baionenses.” “Ser Presidente da Câmara Municipal de Baião será sempre a maior honra da minha vida. Continuarei a ser a Ana Raquel — a filha, a mãe, a resiliente e a sonhadora. Porque, no final do dia, tudo é impossível até acontecer”, concluiu.

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